Empresários crentes na melhoria do ambiente de negócios no país
As feiras da Projekta e Salão Imobiliário de Angola organizadas em simultâneo permitiram a troca de vários contactos entre investidores e abriram a possibilidade do surgimento de inúmeras parcerias
As reformas implementadas pelo Executivo no domínio da Economia criam expectativas positivas no seio dos empresários dos ramos da Construção Civil, Arquitectura, Decoração de Interiores e Imobiliário, afirmaram representantes de empresas que, de 13 a 16 deste mês, participaram na feira Projekta e no Salão Imobiliário de Angola, realizados em simultâneo na Zona Económica Especial (ZEE) LuandaBengo, em Viana.
Em declarações, em separado, ao Jornal de Angola, os contactados disseram acreditar num ambiente de negócios próspero nos próximos tempos, fruto das reformas e programas que o Executivo tem implementado e que visam fundamentalmente atrair investimento privado nacional e estrangeiro.
Um dos abordados é o representante da construtora Carmon, empresa vencedora do Grande Prémio Projekta 2019, que considerou passageira a recessão económica que Angola atravessa.
Watson Lutumba, engenheiro civil e de produção na Carmon, afirmou que as políticas de estabilidade macroeconómica amplamente divulgadas pelo Executivo estão a criar um mercado concorrencial e apetecível para o investimento.
Por sua vez, Danilo Rios, director financeiro da Odebrecht Engenharia & Construção (OEC), pertencente ao Grupo Odebrecht, afirmou que a aprovação de importantes instrumentos, como as leis da Concorrência e do Investimento Privado, deixa a empresa brasileira mais confiante na participação contínua no processo de reconstrução de Angola.
Danilo Rios revelou que houve uma redução do volume de obras da construtora brasileira em Angola, uma realidade que considerou normal, por ser fruto da competitividade e da recessão económica.
O director financeiro da OEC disse esperar que as reformas políticas e económicas adoptadas pelo Executivo tragam melhorias ao sector das Obras Públicas e Construção.
“O mercado está cada vez mais difícil, mas acreditamos em dias melhores, para a continuidade de projectos estruturantes, muitos dos quais parados”, acentuou o alto funcionário da Odebrecht Engenharia & Construção, que venceu o prémio da categoria “Melhor Empresa de Construção Civil e Obras Públicas”.
A empresa Iriss Fast, dedicada à fixação de material industrial, máquinas e equipamentos industriais, está também a viver um período menos bom, devido a dificuldades no acesso às divisas e à actual situação cambial.
Vencedora na categoria “Melhor Participação em Máquinas e Equipamentos”, a Iriss Fast tem recorrido ao mercado informal, para poder adquirir divisas, utilizadas depois na compra no exterior do país de equipamentos de trabalho.
Carlos Veloso, responsável pela empresa, manifestou o desejo de que as medidas do Banco Nacional de Angola para o controlo cambial sejam eficazes, proporcionem maior liquidez aos bancos e ajudem os empresários a saírem da aflição em que se encontram.
O responsável disse esperar que as políticas económicas garantam estabilização macroeconómica e melhorem o ambiente de negócios e afirmou que “as leis criadas pelo Executivo são necessárias, atractivas e podem melhorar o ambiente de negócios.”
O consultor imobiliário Manuel Costa defendeu uma atenção especial ao sector, que, na sua opinião, carece de reformas que promovam o princípio da transparência e da concorrência.
Manuel Costa, que é o responsável da Propricasa, empresa que conquistou o troféu de “Melhor Participação no Ramo Imobiliário”, insistiu na necessidade de aprovação de leis que protejam o ramo imobiliário.
No seu entender, há necessidade de as empresas do ramo imobiliário acompanharem o crescimento do país, com a intervenção da banca, devendo este sector financiar mais projectos, por haver ainda um gritante défice de moradias, sobretudo sociais.
“Os projectos habitacionais do Estado ainda não satisfazem a demanda”, afirmou Manuel Costa, defendendo que o Executivo deve ser principalmente regulador, para poder travar os preços especulativos das habitações no país.
“(…) Os bancos estão sem poder de financiamento de novos projectos, devido ao crédito malparado”, reconheceu Manuel Costa, que disse acreditar que as reformas económicas deixam os empresários na expectativa, por serem “um elemento essencial na recuperação do fôlego dos investimentos que passam por momentos difíceis.”
Durante a realização em simultâneo das duas feiras a Projekta e o Salão Imobiliário de Angola -, a troca de contactos entre investidores e a vontade manifestada para parcerias e negócios constituíram motivos bastante para “acreditar em boas perspectivas para o futuro”, admitiu Osvaldo Mendonça, da Civip Contraven, empresa dedicada à transformação, fabrico e comercialização de materiais de construção civil.
Osvaldo Mendonça manifestou satisfação por a empresa ter participado na Projekta e no Salão Imobiliário de Angola, em cujos eventos expôs produtos que despertaram a atenção de clientes e de empresas do ramo da Engenharia e Decoração de Interiores.
Por sua vez, Aniceto Pedro, da empresa Probetão, afirmou ao Jornal de Angola que a participação foi proveitosa por terem sido feitos contactos de negócios, podendo alguns ser celebrados nos próximos dias.
A Projekta e o Salão Imobiliário de Angola foram realizados sob o lema “Projectar o futuro, construindo o presente”, no âmbito de uma iniciativa dos ministérios da Construção e Obras Públicas e do Ordenamento do Território e Habitação, em parceria com a empresa Eventos Arena. de abertura, Áurea Pereira, também gestora de projectos da UE, realçou a importância da participação das organizações da sociedade civil em todo o ciclo de elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE).
Para Áurea Pereira, “as organizações da sociedade civil desempenham um papel fundamental na prevenção da corrupção e de má gestão da coisa pública”, além de que “não se pode almejar atingir um estádio de desenvolvimento, deixando camadas da população para trás”.
As organizações da sociedade civil angolana envolvidas no programa são a Acção Angolana para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Plata