Grupo armado mata mais oito pessoas
Um grupo armado atacou, domingo à noite, uma aldeia do norte de Moçambique e matou oito pessoas, cinco das quais eram soldados, disseram ontem à Lusa fontes locais.
O ataque faz parte da onda de violência armada que dura há dois anos na região e que na quinta-feira fez paralisar parte das obras dos megaprojectos de exploração de gás natural.
Desta vez os confrontos aconteceram na localidade de Mengaleuwa, posto administrativo de Chitunda, 150 quilómetros a sudoeste dos estaleiros das petrolíferas.
Este posto administrativo integra o distrito de Muidumbe e a violência armada aconteceu perto da estrada que liga a capital provincial, Pemba, ao norte da província de Cabo Delgado.
Segundo testemunhas ouvidas pela agência Lusa, o grupo aproximou-se da aldeia a entoar cânticos em línguas locais, como se de um cerimonial se tratasse, e depois abriu fogo sobre a posição onde se encontravam vários militares.
Um balanço preliminar refere que foram incendiadas várias casas, bancas de venda informal e destruídos três tractores agrícolas e uma máquina niveladora de uma empresa responsável pela construção de pontes sobre o rio Messalo.
O distrito onde aconteceu este último ataque armado é o mesmo onde as forças de defesa e segurança de Moçambique realizaram ofensivas de artilharia no início do mês contra esconderijos dos grupos armados que têm protagonizado os ataques em Cabo Delgado.
A violência em Moçambique começou há dois anos com pequenos grupos locais de muçulmanos extremistas, que depois do início dos ataques armados nunca mais reivindicaram acções. Pelos menos 300 pessoas morreram, segundo dados oficiais e de testemunhas, e 60 mil foram afectadas ou obrigadas a abandonar as terras e locais de residência, de acordo com a mais recente revisão do plano global de ajuda humanitária das Nações Unidas.
Desde Junho que o grupo jihadista Estado Islâmico tem reivindicado alguns dos ataques, mas autoridades e analistas ouvidos pela Lusa têm considerado pouco credível que haja um envolvimento genuíno do grupo que vá além de algum contacto com elementos no terreno.