João Mulima cumpre primeira missão da FIFA
Médico e director do Centro Nacional de Medicina do Desporto foi indicado para a área de testes anti-doping do CAN Sub-23
Um mês depois da ascensão ao grau de médico FIFA, João Mulima cumpre, a partir de amanhã, a primeira missão do órgão reitor do desporto “rei”, na cidade do Cairo, Egipto, onde é disputado o Campeonato Africano das Nações Sub-23 de Futebol, qualificativo para os Jogos Olímpicos de Tóquio, Japão’2020.
Contactado pelo Jornal de Angola, nas vestes de director do Centro Nacional de Medicina do Desporto, Mulima defende a importância de manter o brio e o profissionalismo, pois será avaliado de forma contínua.
Indicado para trabalhar na área dos testes antidoping, o médico afirmou que as próximas missões ficam dependentes do desempenho a ser apresentado no Cairo.
“Cada missão subentendese como uma avaliação. Portanto, o meu bom nome e o país estão em causa. Agora temos mais responsabilidades. Manteremos a mesma seriedade e dedicação, tal como o fizemos em nossa casa”.
O médico FIFA, disse, faz o mesmo trabalho que os outros profissionais de saúde, “mas a área de actuação são as competições. Nas provas, existem dois grupos de especialistas: da organização e das equipas. Nós vamos trabalhar para os organizadores. Ou seja, a nossa missão é criar condições médicas para o evento desportivo”.
Quando um país se candidata para acolher um evento, explicou o director, os profissionais de saúde do quadro FIFA entram em cena. A missão passa por avaliarem a rede sanitária, identificarem os hospitais onde os atletas possam ser atendidos e as condições nos estádios.
“O recinto deve ter uma sala médica, com condições para realização dos testes anti-doping. As ambulâncias que vão prestar assistência aos jogadores e espectadores, quem certifica são os médicos”.
Percurso
Acreditado em Março com as insígnias da Confederação Africana de Futebol (CAF), no mesmo período, por solicitação da CAF, João Mulima participou durante uma semana num curso, realizado no Egipto, com instrutores da FIFA.
Trinta e dois médicos ligados à área do desporto, em representação de 22 países do continente, participaram na acção formativa, cujos resultados individuais foram divulgados via correio electrónico. De Angola, além de João Mulima, Pedro Miguel e Stela Cristiano também cursaram. Ser médico, estar ligado ao futebol e ter domínio da língua inglesa foram os requisitos impostos pela organização. Indagado sobre as dificuldades: “foi a linguagem técnica. O inglês não é a nossa língua corrente. Mas, com estudo e treinamento, superamos”.
A solicitação da CAF, disse, é resultado do trabalho desenvolvido em Angola. Com a acreditação, algumas vezes, terá de optar entre trabalhar com as Selecções Nacionais de futebol dos escalões de formação ou pela FIFA.
“Não posso fazer duplo papel. Mas, o país está sempre em primeiro lugar. Por outro lado, não é bom declinar as nomeações, pois estaríamos a mostrar indisponibilidade. Nalguns casos vamos indicar outros profissionais. É importante dar oportunidade aos colegas, para que possam trilhar o mesmo caminho, conquistarem outros feitos e se possível superá-los”.
Por razões de ordem contratual, o médico não divulgou a contrapartida financeira, mas garantiu ser “boa”. Relativamente ao feito disse: “é um orgulho. É uma meta que sempre almejamos. Ainda não estamos satisfeitos. Queremos continuar a somar. O limite é o céu. A família também está satisfeita”.