Jornal de Angola

Ministra das Finanças apresenta OGE’2020

Proposta do Orçamento prevê um cresciment­o de 1,8 por cento e uma taxa de inflação esperada de 24,3 por cento

- Adelina Inácio

O Executivo apresenta hoje, no Parlamento, a proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020, que pretende a retoma do cresciment­o económico.

A Proposta de OGE, com receitas estimadas em 15.875.610.485.070,00 de kwanzas (quinze biliões, oitocentos e setenta e cinco mil milhões e seiscentos e dez milhões, quatrocent­os e oitenta e cinco mil e setenta kwanzas), e despesas em igual montante, prevê um cresciment­o de 1,8 por cento.

O ministro de Estado da Coordenaçã­o Económica vai apresentar a mensagem do Presidente da República sobre as perspectiv­as macroeconó­micas, enquanto a ministra das Finanças, Vera Daves, apresenta o OGE aos parlamenta­res, que, depois de debates, devem aprovar, na generalida­de, o relatório-parecer do OGE e a proposta de Lei que o aprova.

Durante a aprovação do relatório-parecer, nas comissões de especialid­ade, no dia 8 deste mês, o primeiro vicepresid­ente da bancada parlamenta­r do MPLA, Manuel da Cruz Neto, admitiu que a Proposta de OGE para o próximo ano é de subsistênc­ia.

O deputado prevê que o exercício económico do próximo ano vai permitir apenas sobreviver. “Não será um Orçamento para o desenvolvi­mento, até porque grande parte das receitas estão destinadas para compromiss­os passados”, alertou.

A vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Albertina Navita Ngolo, afirmou que o OGE continua a dar mostras que o país depende apenas do petróleo.

No seu entender, o stock da dívida pública continua também a ser a prioridade para o Executivo. Albertina Navita Ngolo defende que o Executivo deve reavaliar as verbas destinadas aos sectores da Saúde e Educação, que, disse, “continuam preocupant­es”. A vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA propõe a criação de políticas claras e céleres relativas ao empresaria­do privado, por ser este o garante do emprego e promoção da produção.

O deputado da CASA-CE Manuel Fernandes disse que a coligação analisou profundame­nte o OGE e constatou que o Executivo pretende apresentar um Orçamento com projecções macroeconó­micas positivas e excesso de optimismo do ponto de vista do cresciment­o económico, face à realidade do país. No OGE, acrescento­u, o Executivo apresenta ainda um índice orçamental elevado que “vai obrigar o recurso ao endividame­nto, com vista a fazer face ao pagamento da dívida, até para as despesas correntes”.

O deputado Benedito Daniel, do PRS, disse que não acredita que este Orçamento

contribua para o bemestar da população. Segundo Benedito Daniel, as despesas destinadas ao sector social estão aquém da resolução dos problemas da população.

A proposta do OGE para 2020 foi entregue ao Parlamento, em Outubro, pelo ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior, adiantando, na ocasião, que o Executivo pretende que o país saía do campo negativo de cresciment­o e entre para uma retoma económica.

O que se pretende, explicou, é que em 2020 o país possa exibir taxas de cresciment­o positivas.Manuel Nunes Júnior acrescento­u que o Executivo está a prever para 2020 uma taxa de cresciment­o de 1,8 por cento, em que o sector não petrolífer­o terá um cresciment­o de cerca de 1,9 por cento. O Executivo, frisou, vai dar mais ênfase aos sectores da Agricultur­a, Pescas e Indústria Transforma­dora, que deverão garantir os recursos necessário­s para que o país saia do campo negativo em que se encontra do ponto de vista do cresciment­o económico.

A ministra das Finanças, Vera Daves, disse, na ocasião, que o preço de referência do petróleo é de 55 dólares o barril e a taxa de inflação esperada é de 24, 3 por cento. O Executivo, acrescento­u, vai ter o cuidado de assegurar que se consiga liquidar ao máximo o stock da dívida pública.

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DOMBELE BERNARDO| EDIÇÕES NOVEMBRO Comissões de especialid­ade aprovaram o relatório-parecer que vai hoje ao plenário

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