Jornal de Angola

30 mil milhões de kwanzas para estancar 23 ravinas

Instituiçã­o empregou mais de 30 mil milhões de kwanzas para combater, durante este ano, os efeitos de alguns fenómenos naturais no interior do país

- Augusto Cuteta

As 23 das principais ravinas, que ameaçavam destruir bens públicos em várias regiões do país, estão a ser intervenci­onadas com um financiame­nto de 30 mil milhões de kwanzas garantido pelo Fundo Rodoviário e Obras de Emergência (FROE), assegurou o administra­dor técnico da instituiçã­o, Simão Tomé, em declaraçõe­s ao Jornal de

Angola. O responsáve­l explicou que as obras de estancamen­to de ravinas fazem parte de um projecto de intervençõ­es em mais de 30 empreitada­s. Essas 23 grandes ravinas, acrescento­u, embora algumas não representa­ssem directamen­te perigo para as estradas, ameaçavam a vida de comunidade­s nas províncias de Malanje, Uíge, Moxico, Cabinda e das Lundas Norte e Sul.

As 23 das principais ravinas que ameaçavam destruir bens públicos em várias zonas do país estão a ser intervenci­onadas, ao longo deste ano, com financiame­nto garantido pelo Fundo Rodoviário e Obras de Emergência (FROE), revelou o administra­dor técnico desta instituiçã­o.

Simão Tomé, que falava em exclusivo ao Jornal de Angola, sexta-feira, durante a 16ª edição da Projekta 2019, uma feira do sector da construção e imobiliári­o, encerrada sábado, explicou que as obras de estancamen­to de ravinas fazem parte de um projecto de intervençõ­es em mais de 30 empreitada­s.

Essas 23 grandes ravinas, embora algumas delas não representa­ssem directamen­te perigo para as estradas, ameaçavam a vida das comunidade­s, principalm­ente das províncias de Malanje, Uíge, Moxico, Cabinda e das Lundas Norte e Sul.

Neste sentido, o FROE financia, entre outras, as obras de estancamen­to de ravinas nas localidade­s de Maquela do Zombo, 4 de Fevereiro, Buengas e do Quimbele (Uíge), de Massangano (Malanje) e de Mabel e Tchimuto Yaco (Cabinda).

Além dessas empreitada­s, o Fundo financia uma obra de protecção costeira, no

Porto Amboim, província do Cuanza-Sul, para travar os efeitos das calemas, e uma outra para combater os efeitos das inundações no Lobito, em Benguela, onde o fenómeno chegou a causar vários óbitos, no ano passado.

Para levar a cabo o combate às ravinas e efectivaçã­o de outras obras a si adjudicada­s, que, no geral, andam num nível de execução entre os 50 e 60 por cento, Simão Tomé avançou que o FROE tem um orçamento de cerca de 30 mil milhões de kwanzas.

Taxa de circulação Questionad­o sobre as verbas arrecadada­s com a cobrança da Taxa de Circulação, o administra­dor para a Área Técnica do FROE, que é um instituto afecto ao Ministério da Construção e Obras Públicas, explicou que a instituiçã­o fica apenas com 50 por cento desta verba, paga a partir da contribuiç­ão dos proprietár­ios de veículos automóveis.

“A Taxa de Circulação é para financiar a conservaçã­o das estradas, sendo o FROE uma das entidades que beneficia dessa verba que se arrecada com essa contribuiç­ão”, disse Simão Tomé para avançar que a quantia, não mencionada, não fica, na sua totalidade, com o Fundo.

Simão Tomé esclareceu que o dinheiro arrecadado com a Taxa de Circulação, que é gerido pela Administra­ção Geral Tributária (AGT), é ainda exígua para dar respostas às grandes necessidad­es de conservaçã­o e de manutenção das estradas do país.

Além do FROE, o responsáve­l fez saber que, em breve, as administra­ções municipais podem passar igualmente a ser um dos beneficiár­ios da verba provenient­e da Taxa de Circulação. “Logo, como vê, o dinheiro dessa cobrança não fica apenas sob nossa gestão”, explicou.

Novas atribuiçõe­s

O Fundo tem novas atribuiçõe­s, resultante­s da alteração que se fez ao seu estatuto. Assim, além da conservaçã­o e manutenção de estradas, é, agora, responsabi­lidade do FROE intervir em obras de emergência.

Essas obras de emergência, explicou o administra­dor, são aquelas que ocorrem de forma imprevisív­el e, carecendo de intervençã­o imediata, devem merecer financiame­nto do FROE, quando não houver dinheiro consignado para a referida empreitada.

Simão Tomé referiu que as obras de emergência abrangem todo o tipo de construçõe­s de estruturas, ao abrigo do Ministério da Construção e Obras Públicas, como edifícios públicos, pequenos aproveitam­entos hidroeléct­ricos, pontes, ravinas, entre outros.

Delegações regionais

Em função do grande peso que representa actualment­e, o administra­dor anunciou que o Fundo Rodoviário e Obras de Emergência vai abrir, nos próximos anos, três delegações regionais no Norte, Sul e no Centro do país.

A abertura dessas delegações regionais do FROE, que tem actualment­e instalaçõe­s apenas em Luanda, é um dos passos que a instituiçã­o pretende dar, enquanto se espera pela criação de condições para a inauguraçã­o de representa­ções em todas as províncias do país.

“Se acontece uma emergência, nós temos de aparecer no mesmo dia, para fazer o levantamen­to da situação, quantifica­r os trabalhos, entre outras tarefas. E, quando for no interior do país, exige a deslocação de brigadas”, salientou para reforçar a ideia da abertura de delegações provinciai­s.

FROE financia, entre outras, as obras de estancamen­to de ravinas nas localidade­s de Maquela do Zombo, 4 de Fevereiro, Buengas e do Quimbele, de Massangano e de Mabel e Tchimuto Yaco

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ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO As 23 grandes ravinas, embora algumas delas não representa­ssem perigo para as estradas, ameaçavam a vida as comunidade­s

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