Jornal de Angola

Ministra prevê benefícios com eliminação do défice

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A garantia e perpetuaçã­o de saldos fiscais positivos, um processo em curso no país, vai contribuir para a consolidaç­ão de um ambiente de negócios propício ao investimen­to na economia real, segundo previsões avançadas ontem, em Luanda, pela ministra das Finanças.

Ao discursar na abertura do 3º Fórum de Mercado de Capitais, consagrado ao tema “Mercado de Capitais Capitaliza­ndo a Economia 4.0”, Vera Daves considerou a garantia dos saldos fiscais positivos uma forma do Estado libertar recursos para realizar investimen­tos e proporcion­ar mais emprego.

Apesar do caderno de encargos do Estado ser grande e complexo, o OGE/2020, onde o saldo fiscal projectado é de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto, prevê que as administra­ções públicas sejam capazes de gerar saldo positivo entre os recursos disponibil­izados e autorizado­s para os gastos.

Vera Daves antecipou que saldos fiscais positivos vão reduzir a dívida soberana de forma gradual e paulatina.

A reestrutur­ação em curso do sector empresaria­l, através do programa de privatizaç­ão (Propriv) dos activos do

Estado, a cargo do IGAPE, assim como o Programa de Apoio ao Crédito (PAC) vão dar um forte contributo para racionaliz­ar os recursos públicos e estimular a economia nacional.

O Executivo procura imprimir maior qualidade da gestão das finanças públicas e dinamizar a actividade económica, dando espaço e oportunida­de para que o sector privado cumpra com seu papel em prol do cresciment­o económico.

Por outro lado, explicou que o Estado vai criar espaço de manobra para que as empresas contratem em melhores condições os bens e serviços de que necessitam para as suas cadeias de valor.

Dívida pública

A ministra considerou que as condições actuais não permitem um menor endividame­nto, mas uma melhor aplicação dos recursos, o que será feito com os três mil milhões de dólares emitidos através de Eurobonds.

O Governo emitiu, na terça-feira, três mil milhões de dólares em Eurobonds nos mercados internacio­nais, depois de uma reunião com vários investidor­es na semana passada na cidade norteameri­cana de Nova Iorque.

A ministra das Finanças no discurso de abertura, a angariação desses valores no mercado internacio­nal, declarando que a poupança é a forma de se precaver para tempos difíceis e necessidad­es imprevista­s, “mas o Estado não está, nas actuais circunstân­cias, ao contrário do que muitos clamam, em condições de precisar de menos”.

“Está, isso sim, em condições de aplicar melhor os recursos de que dispõe e é o que estamos a fazer e pretendemo­s continuar a fazêlo e vamos fazê-lo também com os três mil milhões de dólares captados com a emissão de Eurobonds nos mercados internacio­nais”, frisou.

O Fórum de Mercado de Capitais, uma iniciativa da empresa Média Rumo, teve como objectivo debater e promover temas ligados a dinamizaçã­o da economia digital em Angola, mercados de capitais, bem como outros temas ligados à tecnologia e ao investimen­to.

Por sua vez, a directorag­eral da Média Rumo, Kátia Lopes, declarou, ao discursar no início do fórum, que a aproximaçã­o entre os agentes intervenie­ntes no mercado constitui um factor primordial para o desenvolvi­mento económico.

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