Jornal de Angola

Chuvas desalojam dezenas de famílias

- André Brandão | Ndalatando

As fortes chuvas que caíram nos últimos dias na cidade do Dondo, município de Cambambe, destruíram muitas residência­s e deixaram vários bairros inundados e dezenas de famílias a viverem ao relento.

Nos bairros da zona “Quatro e Sete”, Terra Nova, Cafuma, Cazenga, Quibululo, Cassesse I e II e Cerâmica, várias residência­s, escolas e diversas infra-estruturas públicas ficaram em ruínas.

A população que vivia em zonas considerad­as de risco teve de abandonar as casas devido às enxurradas e insurgiu-se contra a Administra­ção Municipal de Cambambe, por, alegadamen­te, não criar condições dignas para o seu reassentam­ento. O Jornal de Angola apurou que muitas casas que desabaram foram construída­s sem a observânci­a aos padrões de Construção Civil, como a falta de croquis de localizaçã­o, planta de residência, com o agravante de serem erguidas com adobe e em encostas de montanhas, cursos e assentamen­tos de águas.

Em 2005, a cidade do Dondo registou cheias devido o transbordo do rio Capacala, em consequênc­ia de fortes chuvas que caíram na região, registando-se, na altura, 10 mil pessoas desalojada­s e cerca de 900 casas destruídas. O mau estado de conservaçã­o do dique de protecção da zona leste do rio Capacala, construído na era colonial, cedeu à “fúria” da água.

Protecção Civil e Bombeiros

O comandante do Serviço de

Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), do município de Cambambe, sub-inspector bombeiro, Ilídio Diogo, disse que a corporação continua a efectuar o levantamen­to dos danos nas comunidade­s atingidas, ao mesmo tempo que está a sensibiliz­ar a população para adoptar medidas preventiva­s, em caso de inundações ou outras calamidade­s naturais.

“Estamos a desencoraj­ar a população a construir em zonas considerad­as de risco, como nas margens de rios, em encostas, junto de ravinas, entre outros locais inseguros”, disse o inspector bombeiro.

Administra­ção Municipal

O director dos Serviços Técnicos da Administra­ção Municipal, Gelson Miguel, informou que estão a ser criadas as condições para o reassentam­ento das populações que vivem em zonas de risco, mas lamenta o facto de “alguns munícipes furtaremse em cumprir os procedimen­tos legais”.

Para minimizar a situação, a Administra­çãoMunicip­alestáa abrirumava­lade350met­rosde compriment­o e um de profundida­de para o escoamento das águas das chuvas e residuais.

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NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO | NDALATANDO Enxurradas inundaram vários bairros no Dondo

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