Chuvas desalojam dezenas de famílias
As fortes chuvas que caíram nos últimos dias na cidade do Dondo, município de Cambambe, destruíram muitas residências e deixaram vários bairros inundados e dezenas de famílias a viverem ao relento.
Nos bairros da zona “Quatro e Sete”, Terra Nova, Cafuma, Cazenga, Quibululo, Cassesse I e II e Cerâmica, várias residências, escolas e diversas infra-estruturas públicas ficaram em ruínas.
A população que vivia em zonas consideradas de risco teve de abandonar as casas devido às enxurradas e insurgiu-se contra a Administração Municipal de Cambambe, por, alegadamente, não criar condições dignas para o seu reassentamento. O Jornal de Angola apurou que muitas casas que desabaram foram construídas sem a observância aos padrões de Construção Civil, como a falta de croquis de localização, planta de residência, com o agravante de serem erguidas com adobe e em encostas de montanhas, cursos e assentamentos de águas.
Em 2005, a cidade do Dondo registou cheias devido o transbordo do rio Capacala, em consequência de fortes chuvas que caíram na região, registando-se, na altura, 10 mil pessoas desalojadas e cerca de 900 casas destruídas. O mau estado de conservação do dique de protecção da zona leste do rio Capacala, construído na era colonial, cedeu à “fúria” da água.
Protecção Civil e Bombeiros
O comandante do Serviço de
Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), do município de Cambambe, sub-inspector bombeiro, Ilídio Diogo, disse que a corporação continua a efectuar o levantamento dos danos nas comunidades atingidas, ao mesmo tempo que está a sensibilizar a população para adoptar medidas preventivas, em caso de inundações ou outras calamidades naturais.
“Estamos a desencorajar a população a construir em zonas consideradas de risco, como nas margens de rios, em encostas, junto de ravinas, entre outros locais inseguros”, disse o inspector bombeiro.
Administração Municipal
O director dos Serviços Técnicos da Administração Municipal, Gelson Miguel, informou que estão a ser criadas as condições para o reassentamento das populações que vivem em zonas de risco, mas lamenta o facto de “alguns munícipes furtaremse em cumprir os procedimentos legais”.
Para minimizar a situação, a AdministraçãoMunicipalestáa abrirumavalade350metrosde comprimento e um de profundidade para o escoamento das águas das chuvas e residuais.