Conferência aborda situação económica da mulher angolana
A falta de igualdade de género, no acesso a bens e serviços em Angola, coloca as mulheres em situação económica de vulnerabilidade, admitiu, em Luanda, a vice-presidente da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Gabriela Cohen.
Gabriela Cohen, que falava à imprensa, terça-feira, à margem da 11ª conferência nacional sobre os direitos económicos da mulher, disse que o quadro económico e social da camada feminina em Angola, principalmente das zonas rurais, é inquietante.
Apesar da população angolana ser 53 por cento feminina, de acordo com o último censo feito pelo Instituto Nacional de Estatística, frisou a vice-presidente da ADRA, a mesma constitui a camada mais pobre da sociedade e com uma reduzida participação em diferentes áreas do país.
O não empoderamento das meninas pelas famílias, a expulsão de adolescentes grávidas do subsistema de ensino diurno, o deficiente acesso à terra e ao crédito bancário às mulheres foram alguns exemplos apontados por Gabriela Cohen, que justificam a falta de igualdade de género em Angola.
Esses e outros exemplos que se registam em todo o território nacional, frisou a vicepresidente da ADRA, põem a mulher em desvantagem social em relação ao homem e contribuem também, negativamente, na estabilidade das famílias e da economia.
A realização da conferência nacional sobre os direitos económicos da mulher, referiu Gabriela Cohen, é uma oportunidade que a ADRA proporciona, por forma a que essa camada lute mais pelos seus direitos.
O encontro em que participam representantes de vários estratos sociais, disse a vice-presidente da ADRA, pode ajudar a encorajar as mulheres com ferramentas capazes de exigirem ao Executivo e à sociedade a igualdade para todos os cidadãos.
Gabriela Cohen apelou ao Executivoparaquefaçaprojectos capazes de ajudar as mulheres a encontrarem soluções dos seus problemas, através do acesso ao crédito, por forma a aumentar a produção, bem como a criação de pequenos negócios, que vão minimizar a situação de pobreza nas nossas comunidades.
“O Executivo deve procurar forma de dialogar mais com as comunidades, na elaboração e execução dos projectos públicos, ouvindo as ideias e inquietações da população e em particular das mulheres”, disse a vicepresidente da ADRA.