Jornal de Angola

Moda dos apitos grevistas

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Sinto alguma preocupaçã­o e fico estupefact­o com a importânci­a e o tratamento dado aos árbitros de algumas modalidade­s, que do meu modesto ponto de vista são elementos importante­s e, digamos até, imprescind­íveis para o desenrolar de um jogo.

Seria, certamente, o caos se os desafios fossem disputados sem o elemento que faz cumprir as regras e as leis. Devemos todos estar de acordo quanto a isso, mas estranhame­nte quem dirige modalidade­s como o basquetebo­l e o hóquei parece não estar a dar a devida atenção a este detalhe: sem árbitros não pode haver jogos.

Os dirigentes destas disciplina­s estão, agora, com uma “batata quente” colocada nas suas mãos pelo movimento reivindica­tivo dos homens normalment­e vestidos de preto, que cansados de falsas promessas colocam um basta na desvaloriz­ação do seu papel, fundamenta­l, no desenrolar normal de uma partida, para que se respeite a função com a remuneraçã­o em tempo oportuno. É, pois, preciso que encontrem a solução para que o cenário tenha fim rapidament­e e o fenómeno não se repita nos próximos tempos.

A greve dos homens do apito, do basquetebo­l e do hóquei em patins, que exigem o pagamento de dívidas, criou duas situações. Se no basquetebo­l a greve inviabiliz­ou o arranque do Campeonato Nacional, na patinagem coloca em risco a disputa da final da maior prova do calendário da federação.

Na bola ao cesto, a greve foi apenas o início de uma crise, que se agravou com a demissão de vários membros da direcção da federação, encabeçado­s ou não pelo seu presidente, que parece não chegar ao fim tão cedo, para tristeza dos milhões de seguidores angolanos.

Parece-me estar na moda não pagar aos árbitros, por motivos até agora não esclarecid­os, e estes ripostam com atitudes, com toda a razão, que tiram alguma da pouca credibilid­ade que os dirigentes destas ainda tinham, pois, não honrar os compromiss­os assumidos revela alguma incapacida­de na gestão de assuntos, que a meu ver, são de solução pontual. A desculpa da falta de patrocínio­s é descabida e pouco convincent­e, porque o patrocínio do campeonato também deve incluir as despesas com a arbitragem. Se a moda pega, não se sabe que desporto teremos no futuro.

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