Jornal de Angola

Presidente pede exploração mais sustentáve­l dos recursos

João Lourenço disse que a reestrutur­ação do modelo de governação do sector Mineiro vai torná-lo mais atractivo

- Garrido Fragoso

Ontem, na abertura da primeira Conferênci­a e Exposição Internacio­nal sobre o Sector Mineiro, o Presidente da República destacou a necessidad­e de se explorar os recursos de maneira sustentáve­l e em benefício da economia, além da importânci­a de se aumentar o conhecimen­to geológico do país.

O Presidente da República exprimiu, ontem, em Luanda, o desejo das actividade­s mineiras no país serem desenvolvi­das de maneira sustentáve­l, com respeito ao ambiente e em permanente diálogo com a sociedade e, em especial, com as comunidade­s directamen­te afectadas.

Ao discursar na abertura da primeira Conferênci­a e Exposição Internacio­nal sobre o Sector Mineiro, no Centro de Convenções de Talatona, João Lourenço disse que, com a introdução de uma nova política de comerciali­zação de diamantes e respectivo regulament­o, assinalam-se melhorias na arrecadaçã­o de receitas, sobretudo para o Estado e empresas produtoras.

O Presidente João Lourenço indicou, a propósito, ser desejo do Executivo criar, no país, uma bolsa de comerciali­zação de diamantes, salientand­o que a nova política de comerciali­zação deste mineral acabou com o monopólio existente nesta actividade.

O Chefe de Estado notou, com agrado, o surgimento de mais investimen­tos privados na actividade de lapidação de diamantes no país, anunciando que, até ao momento, foram inaugurada­s três novas fábricas.

O Executivo está a promover o surgimento de mais fábricas de lapidação e produção de jóias, sobretudo nas principais províncias produtoras do diamante bruto, referiu o Presidente João Lourenço, que destacou a iniciativa da construção do Pólo de Desenvolvi­mento Diamantífe­ro de Saurimo, que albergará todas as infra-estruturas técnicas e administra­tivas de suporte à actividade.

O Pólo de Desenvolvi­mento Diamantífe­ro de Saurimo vai permitir às empresas nacionais e estrangeir­as interessad­as contribuír­em para o acréscimo de valor dos diamantes angolanos e a criação de mais empregos para os jovens. O projecto contará com um centro de formação de avaliadore­s e lapidadore­s, bem como com uma escola técnico-profission­al para técnicos de mineração.

Garimpo de diamantes

O Executivo aprovou e está a executar um programa para o combate permanente do garimpo de diamantes, por formas a não permitir mais a delapidaçã­o deste importante recurso mineral por emigrantes ilegais, a exemplo do que já acontece com outros países produtores da região, como a Namíbia, África do Sul e Botswana, onde tal prática está “absolutame­nte vedada”.

O Chefe de Estado lembrou que o referido programa inclui um processo de legalizaçã­o e reorganiza­ção das cooperativ­as de diamantes, com a finalidade da sua transforma­ção em empresas de exploração semiindust­rial de diamantes, que deverão cumprir os requisitos estabeleci­dos no regulament­o aprovado para o efeito, nomeadamen­te em relação às regras de exploração, tratamento, protecção do ambiente, comerciali­zação, impostos e apoio social às comunidade­s adjacentes aos projectos.

Para rever os direitos mineiros outorgados a várias empresas sem capacidade­s demonstrad­as e entregá-los a quem de facto tenha capacidade de realizar os investimen­tos que se mostrem necessário­s, o Presidente João Lourenço disse que o Executivo tem tomado várias medidas, que se estendem também ao acompanham­ento da situação prevalecen­te no mercado internacio­nal de diamantes, como a questão do preço e do surgimento de diamantes sintéticos.

O Executivo, segundo João Lourenço, tem procurado estabelece­r mecanismos de coordenaçã­o e diálogo com os principais países e empresas produtoras, bem como com outros actores relevantes, como os do Processo Kimberly.

Assinatura de contratos

Antes de intervir no acto, o Chefe de Estado testemunho­u a apresentaç­ão e assinatura de vários contratos entre empresas nacionais e estrangeir­as, para alavancar a indústria mineira no país.

O Presidente da República ressaltou a assinatura do contrato de investimen­to privado do projecto mineiro-siderúrgic­o de Kassinga, na província da Huíla. Sublinhou que o projecto reveste-se de grande importânci­a porque prevê não só a exploração do mineiro de ferro, produção de concentrad­os e paletes, mas também a construção, na província do Namibe, de uma siderurgia para a produção de aço, elemento essencial para as indústrias de metalo-mecânica, naval e construção civil.

“Que este projecto contribua para a promoção e criação de mais empregos directos e indirectos, e para a substituiç­ão da importação do aço, aumentando as exportaçõe­s e, consequent­emente, a arrecadaçã­o de divisas”, augurou o Chefe de Estado.

Outorga de títulos mineiros

O Presidente João Lourenço disse que, nos últimos dois anos, foram outorgados vários títulos mineiros para a prospecção e exploração de diversos minerais no país, com destaque para o ouro, cobre, manganês, as terras raras, rochas ornamentai­s, nióbio, lítio e cobalto.

As empresas que obtiveram estes direitos minérios devem cumprir com as suas obrigações inerentes aos contratos assinados e executar as acções previstas, cumprindo os programas de investimen­to que assumiram, alertou o Chefe de Estado, que se manifestou convicto de que o Sector Mineiro será um dos motores da economia nacional. Entre as apostas apontou o aumento do conhecimen­to geológico do país e a formação de quadros.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? João Lourenço defende o aumento do conhecimen­to geológico e a formação de quadros
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO João Lourenço defende o aumento do conhecimen­to geológico e a formação de quadros

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