Modalidade tem terreno fértil no país
As características que permitem às atletas angolanas praticar o andebol e o basquetebol ao mais alto nível levam a equacionar sucesso no netbol, a julgar pela proximidade àquelas duas disciplinas, desde que haja uma aposta na especialidade desportiva, segundo Víctor Gregório.
O treinador destaca a necessidade de uma aposta na formação. “Se houver uma aposta na formação, em poucos anos, tenho certeza que vamos singrar e ter domínio a nível da região”, defendeu.
O treinador espera que, com a recente criação da associação de treinadores de Educação Física, haja um impulso para a intensificação de contactos, visando a implementação da disciplina.
O potencial para o sucesso é reconhecido pelos treinadores das equipas da região, que abordam o técnico angolano e o exteriorizam. “Os outros países da região comentam. Dizem que temos este potencial e encorajamnos a continuar. São muito solidários, inclusive desta vez a África do Sul ofereceunos bolas para treinar. Deixaram-nos bolas com garantia de um par de equipamentos, para quando tivermos disponibilidade lá ir buscar”.
O técnico lamentou a falta de incentivo para a implementação do netbol. “Temos formado equipas quando há a perspectiva de jogar algum torneio. Quando regressamos, tentamos dar continuidade, mas sem incentivos, não há como”, lamentou.
A escola 1º de Maio disponibiliza uma das quadras desportivas, sempre que solicitada para o netbol trabalhar. As alunas mostram vontade. “Aqui na escola 1º de Maio, por exemplo, não nos podemos queixar. Os alunos praticam tudo que os professores apresentarem. Se for basquetebol vão participar, andebol, netbol... até futebol as meninas estão a aderir. Não seria por falta de meninas interessadas. Não há nenhuma entidade, nenhum clube disposto a assumir a modalidade. Os estudantes interessam-se por tudo”.
No que toca à infra-estruturas, Victor Gregório considera que não há grandes limitações. “Podemos fazer netbol de praia, na terra batida. Não há grande exigência de infra-estruturas”.