Parteiras tradicionais aprimoram técnicas
Os Serviços de Saúde Reprodutiva da província foram a promotora do evento que visou capacitar as técnicas com novas valências da medicina convencional
Oitenta e três parteiras comunitárias terminaram ontem, na cidade do Huambo, uma formação sobre os cuidados primários de atendimento à mulher grávida, ao recém-nascido e metodologias desta actividade.
A formação, que teve 105 mulheres inscritas inicialmente, decorreu por iniciativa dos Serviços de Saúde Reprodutiva, e contou ainda com o apoio do Governo Provincial.
No acto de encerramento, o director do Gabinete Provincial de Cultura, Jeremias Tchissanga, disse que as parteiras tradicionais devem ser constantemente habilitadas com novas valências para que desenvolvam a actividade com as competências indispensáveis.
“As parteiras tradicionais têm contribuído muito para que hajam partos seguros nas comunidades, reduzindo, deste modo, a mortalidade materno-infantil, pelo que elas devem estar actualizadas sobre os passos da medicina convencional”, disse Jeremias Tchissanga, acrescentando que “o Governo deve dar especial atenção a esta classe”.
O delegado provincial da Câmara Profissional dos Terapeutas de Medicina Natural disse que a parteira tradicional tem um papel fundamental nas comunidades, sobretudo nas zonas onde não existem unidades sanitárias”. António Valério, também promotor da Saúde Reprodutiva no Huambo, enumerou as vantagens do curso de superação, que visou munir as parteiras de ferramentas técnicas para a assistência à mulher grávida nas comunidades.
“Sabemos que estas parteiras, nos bairros, fazem acompanhamento às mulheres grávidas e realizam partos. Elas constituem o elo entre a comunidade e os hospitais, pelo que o Governo Provincial deve apoiá-las para que possam desenvolver com sucesso o seu trabalho”, sublinhou António Valério.
A parteira tradicional Hilária Lucala, 70 anos, disse à nossa reportagem que realizou, ao longo de 17 anos, mais de 48 partos com uma taxa de 100 por cento de natalidade positiva, e vai continuar a ajudar mulheres a trazerem novas vidas ao mundo. “Vivo deste trabalho e o faço com muito prazer, agora mais do que nunca por estar munida de ferramentas para fazer qualquer tipo de partos”, disse Hilária Lucala.
“As parteiras tradicionais têm contribuído muito para que hajam partos seguros nas comunidades, reduzindo, deste modo, a mortalidade materno-infantil”