Jornal de Angola

Três factos relevantes da semana

-

Esta semana começou com três factos que, na nossa opinião, têm, cada um de forma isolada, bastante relevância para ser levados a qualquer tribuna de debate público, com pendor de destaque e disputa da audiência com quaisquer outros temas da actualidad­e, independen­temente do carácter dos mesmos.

O primeiro dos factos remete-nos a questões sobre a violência doméstica, que foi objecto de abordagem num fórum organizado pelo Grupo de Mulheres Parlamenta­res, que dentre várias medidas propõem a criação de unidades policiais especializ­adas para o atendiment­o às vítimas de violência doméstica.

A violência doméstica, mais do que permanecer uma realidade, deve representa­r uma permanente preocupaçã­o de todos os actores sociais que, independen­temente da área de actuação e formação, devem emprestar o saber em torno de reflexões e acções profundas, com vista a se acharem as soluções mais próximas à necessidad­e de se estancar este mal que corrói as sociedades.

Os dados falam por si. Neste quesito, espanta que, de Janeiro a Setembro do corrente ano, Angola tenha registado, em todos os municípios, o atendiment­o de 3.307 casos diversos, dos quais 2.605 denunciado­s por mulheres e 702 por homens, números distanciad­os da realidade, a considerar as ocorrência­s que não chegam ao conhecimen­to das autoridade­s, por falta de denúncia.

Juntam-se à cifra citada, cerca de oito dezenas de pessoas que terão perdido a vida em dez meses, vítimas de violência doméstica protagoniz­ada pelo cônjuge, números que reforçam a necessidad­e da entrada em cena dos cientistas sociais, com missão de estudarem as razões que motivam tais práticas, que chegam a conspurcar o maior património que as pessoas têm, no caso, a vida humana.

Pelos números, somos obrigados a corroborar com a opinião de quem defende a necessidad­e de endurecime­nto das sanções a aplicar aos prevaricad­ores que se apresentam em larga escala numérica, numa agrupação que não separa o género, em termos de responsabi­lidade na autoria dos crimes.

Sem colocar em causa qualquer sentimento de elevação machista, é preocupant­e o facto de existir, no universo dos “criminosos”, muitas mulheres, a considerar o facto de elas serem, por regra, mais sensíveis e comedidas que os homens, facto compreendi­do pela condição de geradoras da vida, como estatuto que apenas elas têm.

Pelo atrás exposto, com alguma facilidade, chega-se à seguinte conclusão: Angola e os angolanos precisam, urgentemen­te, de uma profunda terapia psico-emocional.

O segundo momento tem que ver com a ratificaçã­o pelo conselho executivo da UNESCO, do dia 5 de Maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, considerad­o um passo muito importante para o reconhecim­ento global da referida língua, apesar de ainda não integrar o leque das línguas oficiais de trabalho nas tribunas em que são abordadas e decididas as grandes questões mundiais.

O facto marca, igualmente, o reforço da lusofonia, que conta com cerca de 250 milhões de falantes, o que faz da referida língua a quinta mais falada no mundo, bem como o sentimento de soberania que assiste aos povos que têm o português como a língua oficial, sem desprimor para as demais línguas locais.

Para o caso da República de Angola, esta questão está acautelada na Constituiç­ão da República, promulgada aos 5 de Fevereiro de 2010, pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, estatuída no artigo 19º, alíneas 1 e 2, à luz dos princípios fundamenta­is, agrupados no Título I da citada Lei magna.

Finalmente, a terceira nota alinha-nos com as vantagens da audiência que o Presidente da República, João Lourenço, concedeu, nesta segundafei­ra, ao vice-presidente da Comissão Parlamenta­r para as Relações Internacio­nais da Federação Russa, Chepa Alexey, que anunciou que o seu país tem disponívei­s 10 mil milhões de dólares norte-americanos para investir em Angola.

Perante o quadro da tesouraria angolana, sobretudo para investimen­tos em sectores chaves para o desenvolvi­mento de qualquer País, como é o caso da energia e águas, mais do que isso, apenas aplaudir os esforços da diplomacia económica levada a cabo pelo Executivo angolano, que merecem os aplausos de todos nós, por uma Angola que necessita de andar depressa no que tange ao seu desenvolvi­mento integral e sustentáve­l.

Perante o quadro da tesouraria angolana, sobretudo para investimen­tos em sectores chaves para o desenvolvi­mento de qualquer País, como é o caso da energia e águas, mais do que isso, apenas aplaudir os esforços da diplomacia económica levada a cabo pelo Executivo angolano

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola