Ministério do Ambiente recolhe contribuições
O Ministério do Ambiente recolheu ontem, na cidade de Ondjiva, contribuições da sociedade civil para a implementação do projecto “Neutralidade da Degradação da Terra e dos Recursos Naturais” nas províncias do Cuando Cubango e Cunene.
O projecto de reflorestação será financiado pelo Fundo Global do Ambiente das Nações Unidas no valor de seis milhões de dólares e vai ser implementado em fase experimental numa área de 411 hectares na província do Cuando Cubango e 135 hectares no Cunene.
Com o objectivo de reduzir os efeitos negativos causados pelas queimadas de florestas, por parte de produtores de carvão e caçadores furtivos, a iniciativa prevê beneficiar 18 mil famílias das duas províncias, a partir de Março de 2020 até 2025.
Ao falar no encontro, o chefe do Departamento de Seca e Diversificação de Alterações Climáticas do Ministério do Ambiente, Luís Constantino, disse que o projecto visa ajudar principalmente as comunidades localizadas ao longo de bacias hídricas das duas províncias.
A iniciativa, explicou, vai ajudar ainda a população a fazer boa gestão dos recursos florestais.
“Estamos na fase das consultas e recolha de propostas para a elaboração do projecto coordenado pelos ministérios do Ambiente, Agricultura, Pescas e da Energia e Águas, com o apoio metodológico da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO)”, sublinhou.
Segundo o responsável, com a implementação deste projecto, o país poderá registar redução da desertificação e desflorestação nas zonas das bacias do Cubango-Okavango e do Cunene.
Lembrou que as áreas florestais estão a sofrer retrocessos devido à degradação de terras, expansão da agricultura e a produção descontrolada de carvão vegetal, dentro destas duas bacias hidrográficas que sustentam cerca de 2,6 milhões de habitantes, incluindo pequenos agricultores, pastores e pescadores.
Por sua vez, a directora em exercício do Gabinete Provincial do Ambiente do Cunene, Joaquina Quicuto, afirmou que a implementação do projecto vai ajudar a reduzir o processo de desertificação e desflorestação das terras, através da plantação de árvores.
A província do Cunene vive, desde Outubro de 2018, uma acentuada crise com 880 mil e 172 pessoas e um milhão de cabeças de gado afectadas pela seca, que já causou a morte de 30 mil animais, entre bovinos, caprinos e suínos.