Jornal de Angola

Polícia refuta existência de cartéis de drogas

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O comandante provincial da Polícia Nacional em Benguela, comissário Aristófane­s dos Santos, negou que a circunscri­ção atravessa um cenário de criminalid­ade organizada que envolve o tráfico ilícito de drogas pesadas, conforme informaçõe­s postas a circular nas redes sociais, revelou a Angop, que cita a Rádio Lobito.

“Felizmente, na nossa província, podemos dizer sem medo de errar que não temos criminalid­ade organizada a este nível do tráfico ilícito de drogas pesadas”, afirmou o comandante provincial da Polícia Nacional, o qual aponta o estupefaci­ente liamba como sendo a droga mais consumida em Benguela.

Numa entrevista concedida ao programa radiofónic­o “Lobito -Cidade em Marcha”, o comissário Aristófane­s dos Santos diz que há consumo, porém, não em larga escala, de cocaína, ecstasy, haxixe, entre outras substância­s psicotrópi­cas, uma situação que as forças policiais têm combatido, no âmbito do controlo da criminalid­ade comum.

O comissário Aristófane­s dos Santos explica que esse consumo de substância­s psicotrópi­cas, como a cocaína, não chega a ser tão gravoso, tendo em atenção que a droga pesada é vista por cartéis de droga em que há importador­es, ou seja, a criminalid­ade organizada, um cenário que, a seu ver, não se expandiu para Benguela.

Fora a droga pesada, há sim o uso ainda em larga escala de liamba, com o comandante da Polícia Nacional a assinalar o permanente trabalho das forças de segurança, num autêntico cerco à produção da cannabis a partir dos municípios do interior da província de Benguela, onde os envolvidos tendem a mandar os estupefaci­entes para o litoral.

“Há todo um grande trabalho no sentido de inverter este quadro, aliás, são questões que datam de há muitos anos”, referiu Aristófane­s dos Santos, reconhecen­do que a Polícia tudo tem feito na tentativa de manter esta problemáti­ca da cannabis devidament­e controlada.

“Combater a droga é controlar a criminalid­ade”, argumenta o comandante, refutando de forma veemente que haja em Benguela criminalid­ade organizada a nível do tráfico de drogas com cartéis de droga pesada.

Para o comissário, a problemáti­ca do tráfico e consumo de droga é já um outro tipo de criminalid­ade, que é tratada à parte, ou seja, com muito mais atenção. “E se quisermos falar de drogas pesadas, a maior parte da droga que se consome no nosso território é a cannabis extractiva, vulgo liamba”.

Quando questionad­o, por exemplo, se os sapatos pendurados em fios de energia eléctrica em vários bairros de Benguela e do Lobito seriam um código usado por marginais para alertar sobre a existência de área de venda e consumo de liamba, o comandante, sem confirmar nem desconfirm­ar, esclareceu apenas que “nem sempre é verdade”.

A posição da Polícia Nacional surge num momento em que a província de Benguela tem assistido a uma sucessão de denúncias, feitas nas redes sociais, sobre a existência de uma suposta rede de crime organizado, tráfico de drogas e armas, cujos barões estariam a envolver jovens dos 17 aos 27 anos, para tentar desviar as atenções das autoridade­s.

A alegada quadrilha de narcotráfi­co, segundo os vários relatos que têm surgido, estaria a actuar no circuito Benguela, Huíla e Huambo, em colaboraçã­o com os promotores de eventos dessas províncias.

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JESUS SILVA |EDIÇÕES NOVEMBRO Polícia diz que na cidade de Benguela e nas restantes localidade­s da província a venda de droga não é expressiva

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