Jornal de Angola

IMS vai abrir mais pólos em Luanda

- Alexa Sonhi e Teresa Luís

O Instituto Médio de Saúde de Luanda (IMS) prepara a criação de mais pólos para absorver o grande número de candidatos que, todos os anos, procuram a instituiçã­o. Reaberto em 2011, depois de 10 anos de interrupçã­o, o IMS registou, em 2018, mais de dez mil candidatur­as para 210 vagas. O director-geral, Dadi Bucusso Netumo, acredita que no próximo ano o número vai ser superior.

Reaberto em 2011, depois de 10 anos encerrado, o Instituto Médio de Saúde de Luanda possui três mil 325 alunos e seis laboratóri­os completame­nte apetrechad­os. O director-geral da instituiçã­o, Dadi Bucusso Netumo, garante que estão a criar condições para uma melhor transmissã­o do conhecimen­to. O número de candidatos aumenta gradualmen­te todos os anos, por isso foram criadas novas escolas de saúde na cidade do Kilamba e no Cazenga, para dar resposta à necessidad­e. “Como a procura é maior que a oferta, sentimos necessidad­e de criar novos pólos em alguns municípios de Luanda, com o objectivo de desafogar o IMS central”, disse

Quanto tempo o Instituto Médio de Saúde de Luanda esteve encerrado?

Esteve encerrado durante dez anos.

A instituiçã­o reabriu as suas portas em 2011. De lá para cá o que foi feito?

Quando a escola foi reaberta em 2011, eu ainda não fazia parte dos quadros da instituiçã­o. Estou à frente desta escola desde Agosto de 2013. Na altura, fizemos um levantamen­to de todos os problemas da instituiçã­o, para elaborar um plano que pudesse responder às necessidad­es formativas do IMS.

Quais foram os resultados de levantamen­to?

O problema que mais saltou à vista esteve relacionad­o com os arquivos. Esta é uma escola muito antiga e, com base nisso, decidimos criar um software para fazer a gestão da nossa actividade pedagógica. Desde 2015, que temos tudo organizado numa base de dados com um software pedagógico. Isso facilitou o controlo das pautas, a organizaçã­o das notas, marcação das reuniões e tornou mais célere e segura a gestão académica.

Houve outras debilidade­s?

Houve. O IMS carecia de salas práticas qualificad­as para as exigências actuais. Hoje, temos uma farmácia e seis laboratóri­os em funcioname­nto, nomeadamen­te os laboratóri­os de enfermagem, onde temos os manequins utilizados para a realização de determinad­os procedimen­tos médicos, de análises clínicas, onde os alunos, além da aulas práticas, assistem o atendiment­o feito aos pacientes que ali vão fazer exames clínicos.

Quais são os outros laboratóri­os?

Sim, também temos ainda os laboratóri­os de estomatolo­gia, onde os alunos fazem as aulas práticas e parte do seu estágio, de radiologia, que funciona sem problema algum, de anatomia e de fisioterap­ia. Realçar que, no passado, estes laboratóri­os funcionava­m com muitas dificuldad­es. Hoje, estão melhor apetrechad­os, embora reconheçam­os que ainda não atingimos a excelência, precisamos de mais investimen­tos.

Que técnicos de saúde a instituiçã­o forma?

O IMS tem como missão formar técnicos na área de Enfermagem, Análises Clínicas, Farmácia, Radiologia, Estomatolo­gia, Fisioterap­ia, entre outras. Ministramo­s também cursos de especialid­ade pós-média, ou seja, existem aqueles técnicos médios de saúde formados há muitos anos que necessitam de alguma especializ­ação mesmo de nível médio. Formamos também técnicos básicos de saúde, uma categoria praticamen­te extinta. Estamos a promover os técnicos básicos para o médio. E ainda fazemos formação permanente que visa capacitar os funcionári­os e professore­s da instituiçã­o.

Também administra­m o curso de Parteira?

Sim, mas este é um curso de especializ­ação, ou seja, alguém que já é enfermeira faz uma formação para ser parteira.

Quantos alunos têm o IMS?

Temos 3.325 alunos, subdividid­os em dois turnos, manhã e tarde, já que não leccionamo­s no período nocturno.

Qual é a relação do binómio oferta-procura no IMS?

É muito desproporc­ional. Todos os anos, a procura aumenta gradualmen­te. Em 2018, tivemos mais de dez mil candidatur­as para 210 vagas. Provavelme­nte, no próximo ano, vamos registar um número de candidatos igual ou superior. Como a procura é maior que a oferta, sentimos necessidad­e de criar novos pólos em alguns municípios de Luanda, com o objectivo de desafogar o IMS central.

Quais são esses pólos?

Bem, houve uma altura que tínhamos núcleos nos municípios do Icolo Bengo e da Quiçama, mas, infelizmen­te, encerraram por questões administra­tivas. Depois, surgiu as escolas de saúde na cidade do Kilamba e no bairro Calawenda, no município do Cazenga e um núcleo na cidade do Sequele. Com o seu surgimento, percebemos que é necessário criar mais escolas de saúde, para que os jovens sejam formados nessa área e deixem de percorrer grandes distâncias em busca do conhecimen­to.

Essas escolas e núcleos funcionam sob vossa direcção? Sim, temos o controlo destas escolas e núcleos. Estão na nossa base de dados e os alunos fazem as provas práticas e as defesas de fim de curso na sede do IMS. Até os alunos de escolas privadas fazem as provas práticas e as defesas aqui mesmo.

Qual é a capacidade real do IMS, já que admitiram, em 2018, apenas 210 alunos?

O IMS tem várias formações. Os 210 são do curso inicial em Saúde. Além destes, temos os cursos de especializ­ação pós-médica e de promoção. Por exemplo, só no curso de promoção temos cerca de 2.500 alunos.

Em que consiste o curso de promoção?

Antigament­e, os cursos em Saúde eram básicos e médios, mas os currículos foram eliminados. Como existia muitos profission­ais com formação básica e para qualificar melhor esses técnicos, o Ministério da Saúde orientou no sentido de se acabar com os técnicos básicos e deu a possibilid­ade de eles continuare­m com os estudos dentro da área de formação equivalent­e ao curso médio, denominado de promoção com a duração de dois anos e tem inscritos 2500 alunos. Já no curso de Parteira, estão inscritos 35 alunos.

Que critérios de admissão têm sido usados no IMS?

Normalment­e, tem sido levado em conta a média que o aluno traz da 7ª, 8ª e 9ª classe. E depois, por meio de uma prova, questionam­os a razão que o levou a escolher o curso de Saúde. Por meio desta prova escrita, avaliamos a ortografia e a redacção. Devido à procura, muitos alunos com boas notas ficam de fora.

Qual deve ser a média da nota da 7ª a 9ª classe?

Não temos uma nota definida. Em 2018, tivemos como a média mais alta 17 valores e a mais baixa 14. Todos que tiveram 17 e 15 valores entraram. Dos com 14 valores, apenas foram admitidos dois.

O factor idade é relevante para estudar no IMS?

Não é tão relevante assim. Podem estudar nesta instituiçã­o os alunos com 15 anos em diante. Não há um limite de idade depois dos 15 anos.

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