Abel Abraão morreu ontem aos 57 anos vítima de AVC
Malogrado destacou-se a relatar os horrores vividos na cidade do Cuito, durante os confrontos armados pós eleitorais de 1992. A notícia surpreendeu a classe jornalística
“Oh! serei homenageado, o meu nome será atribuído à Mediateca do Bié? A proposta veio do Presidente da República em reconhecer o que fiz durante o conflito armado nesta martirizada cidade.”
“Não podes ainda publicar as minhas palavras, porque disseram que terei de fazer uma declaração apenas no dia da inauguração.” Estas foram as últimas palavras do então jornalista da Emissora Provincial do Bié, do grupo Rádio Nacional de Angola, Abel Abraão, falecido ontem, vítima de AVC, concedida ao Jornal de
Angola no dia 7 Novembro, dois dias antes da inauguração da Mediateca do Bié.
O malogrado deu entrada no Hospital Geral do Bié já sem vida. A notícia surpreendeu a sociedade, sobretudo a classe jornalística, tendo em conta que no dia 9 de Novembro foi alvo de uma homenagem, com a atribuição do seu nome à Mediateca do Bié.
Abel Abraão, que ingressou nos quadros da RNA na década de 80, tornou-se numa das vozes mais conhecidas do país e do mundo na célebre Batalha do Cuito, em 1992, logo após às eleições.
Ministro destaca
O ministro da Comunicação Social considerou ontem, em Luanda, o malogrado Abel Abraão, reformado na emissora provincial do Bié, do grupo Rádio Nacional de Angola, uma figura incontornável na história do jornalismo angolano.
Nuno dos Anjos Caldas Albino, que reagia acerca da morte por doença do jornalista da RNA, afirmou ser importante a valorização da classe, tendo diferenciado o trabalho feito por Abel Abraão na emissora provincial do Bié durante o conflito militar.
O governante lembrou a homenagem feita recentemente ao jornalista na cidade do Cuito, em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido ao longo de mais de 30 anos de carreira, durante uma cerimónia pública organizada pelo projecto “Circuito Cultural”.
O titular da pasta da Comunicação Social pediu aos deputados da sétima comissão, que tratam de assuntos de cultura, assuntos religiosos, comunicação social e juventude e desportos, para renderem homenagem ao jornalista Abel Abraão, falecido ontem, vítima de doença.