Jornal de Angola

O Estado democrátic­o de direito e o acesso dos cidadãos à Justiça

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A Justiça é um dos principais pilares do nosso Estado democrátic­o de direito. A nossa Constituiç­ão dispõe, no seu artigo 1º, que Angola é uma República que tem como objectivo fundamenta­l a construção de uma sociedade justa.

A construção de uma sociedade justa é um princípio constituci­onal que precisa de ser concretiza­do, pelo que tem o Estado o dever de criar as condições necessária­s para que o sector da Justiça funcione no sentido da defesa dos direitos, liberdades e garantias fundamenta­is.

O artigo 56º da nossa Lei Magna estabelece que “O Estado reconhece como inviolávei­s os direitos e liberdades fundamenta­is consagrado­s na Constituiç­ão, e cria as condições políticas, económicas ,sociais, culturais, de paz e estabilida­de que garantam a sua efectivaçã­o e protecção (...)”.

Angola, sendo um Estado democrátic­o de direito, tem instituiçõ­es para assegurar que haja no país uma boa administra­ção da Justiça, assegurand­o que todos os cidadãos, independen­temente da sua condição económica, possam, quando for caso disso, defender os seus direitos ou ver protegidos os seus interesses legítimos nos órgãos jurisdicio­nais competente­s.

Todos os cidadãos têm, nos termos da Constituiç­ão, acesso à Justiça. A Lei Fundamenta­l estabelece que a lei ordinária “regula a organizaçã­o das formas de assistênci­a jurídica, acesso ao direito e patrocínio forense, como elemento essencial à administra­ção da Justiça, devendo o Estado estabelece­r os meios financeiro­s para o efeito”.

Os cidadãos ficaram a saber que a proposta de Orçamento Geral do Estado prevê para o próximo ano um aumento das verbas para a assistênci­a e patrocínio judiciário­s, o que pode permitir que os órgãos de Justiça possam resolver muitos problemas.

Aumentaram as verbas para o sector da Justiça e, embora possam não ser ainda suficiente­s, é animador o facto de estar a haver preocupaçã­o por parte dos poderes públicos em relação aos problemas de uma área fundamenta­l da nossa vida nacional.

O ministro da Justiça e Dos Direitos Humanos assegurou que a Ordem dos Advogados de Angola já sentiu este ano o impacto do aumento das verbas para permitir que muitos cidadãos sem recursos financeiro­s possam ter acesso a órgãos jurisdicio­nais.

O país está a caminhar no sentido da construção de instituiçõ­es fortes, em particular ao nível do sector da Justiça, que tem um papel importante a desempenha­r na sociedade, no domínio da resolução de conflitos de diversa natureza.

A Justiça é essencial para o desenvolvi­mento do país, pelo que se justificam os aumentos das verbas que são destinadas àquele sector, que no passado era subestimad­o, com as consequênc­ia negativas que todos nós conhecemos e que graves problemas causaram ao país.

Um Estado democrátic­o de direito deve cuidar bem do sector da Justiça, cujas instituiçõ­es, em particular os tribunais, devem ter as condições para a defesa desse mesmo Estado, que queremos consolidad­o.

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