Jornal de Angola

“Kalunga, o Mar de Angola” estreia hoje no Avenida

- Edvaldo Lemos

A II edição do Ciclo de Cinema Angolano abre as portas ao público hoje, às 15h00, no Shopping Avenida, em Luanda, com “Into the Okavango”. Às 21h00, há a estreia nacional do cocumentár­io “Kalunga, o Mar de Angola”.

“Kalunga, o Mar de Angola”, de Bernardo Gramaxo, narra a história de três surfistas internacio­nais que aceitam o desafio de percorrer a costa de Angola, de Norte ao Sul, e descobrir o país depois da guerra.

Numa iniciativa da Geração 80, em parceria com a Zap Cinemas, o ciclo inclui filmes angolanos vencedores e alguns nomeados em festivais internacio­nais.

Com a duração de sete dias, no ciclo, que termina a 5 de Dezembro, são exibidos no Zap Cinema, além de “Kalunga”,filmes como “Falso Perfil”, “Into the Okavango”, “Para lá dos meus Passos”, “Elinga 1988-2018” e “Outro lado do Mundo”.

Entre longas-metragens e documentár­ios, o ciclo procura, à semelhança do ano passado, apresentar filmes sobre a realidade angolana.

O produtor Jorge Cohen, membro da Geração 80, disse ao Jornal de Angola que, apesar de os realizador­es não terem apoios, o cinema angolano esta vivo.

“Agora é preciso o apoio de todos, cinéfilos e instituiçõ­es, para que a sétima arte volte a ser parte do roteiro artístico da cidade. Este ciclo é um passo nesse sentido. Mas é preciso investir mais”, disse.

O produtor diz aceitar econheceu as críticas do publico devido à falta de qualidade técnica e dos guiões de alguns filmes, mas sublinhou existir qualidade no cinema angolano. “Porém, é preciso mais investimen­tos para a criação de uma indústria firme, capaz de gerar benefícios aos criadores e ao Estado”, garantiu.

A maioria das críticas, explicou, não têm em conta as dificuldad­es a que estão sujeitos muitos dos realizador­es angolanos. “Alguns chegam a comparar um filme nacional com produções de grandes estúdios dos Estados Unidos ”, protestou.

Este ano, entre as produções a serem exibidas há outro documentár­io, de realce, “Elinga Teatro 1988-2018”, de Paulo Azevedo, já exibido em vários festivais internacio­nais, no qual o realizador mostra “uma cidade onde os espaços culturais são insuficien­tes e até os teatros coloniais estão a desaparece­r, dando lugar aos grandes projectos arquitectó­nicos”.

O realizador Dorivaldo Cortez, vencedor do Prémio

Nacional de Cultura e Artes, edição 2019, mostrou o desejo de investir num filme, cujo roteiro tivesse como base a actual realidade angolana, de forma a registar as mudanças vividas neste período.

“Tal não é possível por custar muito caro. Às vezes temos que investir em conteúdos económicos para poder concluir uma produção cinematogr­áfica, que, geralmente, nem um orçamento de 20 milhões de kwanzas é o suficiente”, destacou.

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DR Documentár­io conta as histórias da relação do povo angolano com o oceano Atlântico

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