Atentar contra a ordem
O desrespeito pelas regras do trânsito rodoviário, em Luanda, é de tal ordem, que passou a fazer parte do quotidiano, num descarado insulto à lei e ordem estabelecidas.
A lista de transgressões rodoviárias, na capital, é de tal tamanho que se torna impossível publicá-la numa única edição seja de que jornal for, mesmo sem apensos explicativos, prova de que o combate à impunidade, quase sempre de braço dado com o nepotismo, há-de ser longo, tanto quanto demorar a tomada de medidas punitivas. Ao contrário do que alguns apregoam, a instalação, no próximo ano, do poder autárquico, não é garantia da diminuição do desrespeito público. Para isso é imprescindível que as forças políticas concorrentes baseiem as escolhas dos candidatos apenas na competência, honestidade, sentido de dever, esquecendo compadrios.
Os exemplos conhecidos, fora os por descobrir e aqueles que nunca o serão, registados em todos sectores da vida nacional, nos diversos escalões hierárquicos, deixam o cidadão comum, no mínimo, de sobreaviso.
Ora, em Luanda, por ser a província, na qual se situa a capital, além da mais populosa, os efeitos da impunidade e do incumprimento de obrigações são mais visíveis e gravosos. O dia-a-dia do tráfego rodoviário, em Luanda, é somente um exemplo de como se continua acintosamente a prejudicar a nossa débil economia. Não riam, façam contas.