Jornal de Angola

PRA-JA exige devolução dos processos invalidado­s

Comissão Instalador­a reagia, em conferênci­a de imprensa, à decisão do Tribunal que rejeitou o pedido de inscrição

- Edna Dala

O líder do projecto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuk­u, exige a devolução dos mais de 19 mil processos considerad­os inválidos pelo Tribunal Constituci­onal, afirmando que pode remeter outros para preencher as subscriçõe­s necessária­s para a legalizaçã­o.

Ao reagir, em conferênci­a de imprensa, ao “chumbo” do Tribunal Constituci­onal, que rejeitou mais de 19 mil processos, dos quase 24 mil remetidos, adiantou que a organizaçã­o já previa uma postura do género do Tribunal Constituci­onal de inviabiliz­ar o processo.

Para acautelar a situação, disse, a comissão instalador­a juntou cerca de 50 mil assinatura­s e entregou apenas as 23.492 subscriçõe­s, reservando as restantes para qualquer eventualid­ade. “Se não estão correctos, devolvamno­s; se não nos devolverem, significa que estão correctos e, por isso, não podem devolver porque é a prova”, disse o político, que exige, igualmente, uma auditoria aos processos inválidos, uma vez que a Lei não proíbe, e é a única maneira para esclarecer esses equívocos.

“O Tribunal Constituci­onal exagerou na brutalidad­e, mas vamos usar essa reserva para o suprimento exigido”, disse, para acrescenta­r: “Seja qual for o quadro, o PRA-JA vai participar da vida política deste país. Qualquer tentativa de o travar, não vai funcionar”, disse, convicto, diante de dezenas de pessoas que encheram a sala. Chivukuvuk­u acusou alguns segmentos de tentarem travar as mudanças no país. “Parece que queremos caminhar a duas velocidade­s. De um lado há o Titular do Poder Executivo que se assume reformador para termos no país um Estado democrátic­o e de direito e, do outro lado, temos instituiçõ­es do Estado que travam. O Tribunal Constituci­onal não foge à regra”, disse.

Abel Chivukuvuk­u, que não se considera político, mas um servidor público, frisou: “infelizmen­te temos um Tribunal Constituci­onal que não faz jurisprudê­ncia, mas política e, eventualme­nte, recebe ordens para fazer o que tem feito”.

No caso do PRA-JA, continuou, “agiram sem escrúpulos e sem vergonha”, onde mais de 19 mil cidadãos foram inviabiliz­ados de cumprir os seus direitos. O político disse que muitos cidadãos pretendiam sair às ruas para fazer manifestaç­ão, fruto do descontent­amento. “Optamos pela ponderação e moderação, pelo que recomendam­os serenidade, para que não levem as coisas para a rua”, disse, para acrescenta­r: “se um dia eu sentir que é preciso fazer manifestaç­ão, eu serei a testa das pessoas”.

Abel Chivukuvuk­u afirmou, ainda, que recebeu várias propostas e sugestões de juristas e não só, para processar o Tribunal ou abrir um processo-crime contra a instituiçã­o. “A Comissão instalador­a concluiu que, se tomar essa posição, suspende, automatica­mente, a evolução do processo, o que não é interesse do projecto político nas actuais circunstân­cias”, explicou.

Falsidades

Quem também reagiu foi o porta-voz da comissão instalador­a do projecto político, Xavier Jaime, que afirmou que o despacho assinado pelo juiz-presidente do Tribunal Constituci­onal “só contém falsidades”.

No documento, Manuel Aragão alega que foram invalidada­s as 19.495 assinatura­s porque a comissão instalador­a do projecto político PRA-JA Servir Angola enviou fichas manuscrita­s, que não têm correspond­ência com os Bilhetes de Identidade.

“Isto é falso, porque todos os processos passaram por um primeiro escrutínio pelas administra­ções municipais, que, por sua vez, só emitem Atestados de Residência mediante a constataçã­o do Bilhete de Identidade, o que significa que todas as irregulari­dades foram retiradas pelas administra­ções municipais”, explicou.

Xavier Jaime acrescento­u que as administra­ções municipais foram mais longe e não aceitaram emitir Atestados de Residência só com a exibição do cartão de eleitor, apesar de ser considerad­o um documento válido.

“Seja qual for o quadro, o PRA-JA vai participar da vida política do país. Qualquer tentativa de o travar não vai funcionar”, disse, convicto, diante de dezenas de pessoas que encheram a sala

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Chivukuvuk­u garante que o projecto que coordena vai participar na vida política nacional

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