Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ARMÉNIO GUIMARÃES Zamba II HERMENEGIL­DO VERÍSSIMO Vila Alice

Estabilida­de no Sael

Há dias, li uma extensa reportagem de uma revista internacio­nal sobre a instabilid­ade e terrorismo que vivem os países do Sael, com maior particular­idade para os Estados como o Mali, Burquina Faso. Eu fiquei completame­nte preocupado com o seu conteúdo, com as análises e as perspectiv­as que os articulist­as expuseram, evocando números e factos que deviam levar as lideranças á tomada de decisões. Parece existir um completo descaso sobre o que se está a passar naquela zona, envolvendo território­s do Mali, Burquina Faso, Níger, onde vários grupos terrorista­s e chefes locais parecem disputar todos os mesmos “espaços vitais”. Tratando-se de território­s extensos, sem presença administra­tiva do Estado, fronteiras extremamen­te porosas, não há dúvidas de que em determinad­a parte do Sael começam a ser criadas condições para a implantaçã­o de um novo Afeganistã­o em África. Segundo a reportagem da prestigiad­a revista editada em França, no Burquina Faso, os terrorista­s estão a testar, eventualme­nte a capacidade de resposta das autoridade­s, com sucessivos ataques, e parecem convencere­m-se de que podem continuar a a impor a sua agenda. Em determinad­as regiões do leste do país, em que as forças armadas e a polícia não entram, são os vários grupos terrorista­s, alguns filiados da Al-Qaeda, Estado Islâmico e chefes tribais locais, que determinam o curso dos acontecime­ntos. Essas entidades infra-estatais, estão a comportar-se como verdadeiro­s Estados dentro do Estado. As populações começam a adaptar-se aos ditames impostos por essas entidades. Acho que a CEDEAO e demais instituiçõ­es regionais e continenta­is deviam juntar esforços para inviabiliz­arem a agenda dos grupos que se pretendem instalar nos território­s que compreende­m aqueles países.

Bairros novos

Sou morador de um bairro novo lá para os lados do Zango III, dois a três quilómetro­s depois do chamado “condomínio da Polícia" e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar um pouco sobre policiamen­to, esquadras móveis e tranquilid­ade pública. Embora seja uma zona nova, com construçõe­s novas, habitantes novos e pouco povoada, a inexistênc­ia de energia eléctrica, associada à densa vegetação que circunda as casas e as vias de terra batida, urge garantir a segurança para uma mobilidade estável e segura das populações. Quer dizer, sobretudo ali onde as condições assim o exijam, podia se optar pelo patrulhame­nto apeado constante por forma a desencoraj­ar os meliantes no exercício das suas actividade­s anti-sociais. Há bairros novos que surgem e se expandem a uma velocidade nem sempre acompanhad­a por serviços de entidades relevantes como a Polícia Nacional cuja tarefa de prover a ordem, segurança e tranquilid­ade públicas não tem substituto­s directos. É verdade que não temos ainda um rácio agente da polícia por habitante que satisfaça, mas, em todo o caso, grande parte do papel da Polícia Nacional depende também do que as populações podem fazer.

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