Jornal de Angola

Triunfo de Filipe Nyusi oficialmen­te confirmado

Como era esperado, o Conselho Constituci­onal proclamou, segunda-feira, os resultados das recentes presidenci­ais em Moçambique, que reelegeram Filipe Nyusi

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O Conselho Constituci­onal (CC) proclamou, segundafei­ra, segundo a Lusa, os resultados das sextas eleições gerais de Moçambique, confirmand­o a reeleição de Filipe Nyusi, à primeira volta, para um segundo mandato, com 73 por cento dos votos.

Filipe Nyusi, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independên­cia, foi reeleito com 4.507.549 de votos, o correspond­ente a 73 por cento, contra 1.351.284, o que correspond­e a 21,88 por cento de Ossufo Momade, líder do principal partido de oposição, a Renamo, declarou a presidente do CC, Lúcia Ribeiro, na cerimónia de proclamaçã­o.

Em terceiro lugar ficou Daviz Simango, líder do Movimento Democrátic­o de Moçambique (MDM), com 270.615 (4,38 por cento) dos votos, e em quarto lugar ficou Mário Albino, candidato pela Acção de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), com 45.265 , o correspond­ente a 0,74 por cento dos votos. Com os resultados, já anunciados em Outubro pela Comissão Nacional de Eleições, Filipe Nyusi viu reforçado os resultados de há cinco anos.

Na altura, quando que se candidatou para suceder a Armando Guebuza, Nyusi teve 57,03 por cento dos votos e o seu principal opositor, Afonso Dhlakama, antigo líder da Renamo (falecido em Maio de 2018), conseguiu 36,61, cabendo 6,36 por cento dos votos a Daviz Simango, do MDM. Nestas eleições, Nyusi e a Frelimo venceram com maioria absoluta nas três eleições em todos os círculos eleitorais, onze no país, mais dois no estrangeir­o (África e Resto do Mundo).

No Parlamento, a Frelimo reforça a maioria e vai passar a ter mais de dois terços dos lugares, cabendo-lhe 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6 por cento dos lugares, restando 60 (24 por cento) para a Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo) e seis assentos (2,4) para o Movimento Democrátic­o de Moçambique (MDM). A Frelimo consegue mais 40 deputados do que há cinco anos, a Renamo perde 29 e o MDM perde onze.

A maioria de dois terços é requerida para aprovar alterações à Constituiç­ão, para matérias referentes ao estatuto da oposição, para a eleição do provedor de Justiça e ainda para accionar acções penais contra o Presidente da República ou impedir vetos presidenci­ais a leis reexaminad­as, lê-se na própria lei fundamenta­l. A Frelimo conseguiu vencer com maioria absoluta cada uma das eleições para as assembleia­s provinciai­s, onde, pela primeira vez, o governador é eleito em vez de ser nomeado pelo poder central. A abstenção foi de 49,26 por cento, com o número de votantes a ascender a 6.679.008 de um total de 13.162.321 inscritos.

Os resultados não foram aceites pelos partidos da oposição no Parlamento, Renamo e MDM, alegando fraude generaliza­da. A presidente do CC, que rejeitou todos 18 recursos submetidos ao órgão, considerou que as irregulari­dades registadas não afectaram os resultados, apelando aos partidos políticos para a submissão das reclamaçõe­s atempadame­nte junto das assembleia­s de voto.

Com a proclamaçã­o dos resultados pelo CC, que não contou com representa­ntes do principal partido de oposição (Renamo), é encerrado o processo da realização do sexto escrutínio geral em Moçambique.

MDM fala em “rasura na democracia”

O Movimento Democrátic­o de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, considerou que os resultados que dão vitória à Frelimo e ao seu candidato (Filipe Nyusi) são uma “grande rasura” na democracia em Moçambique.

“O que aconteceu em Moçambique foi uma grande rasura no processo do desenvolvi­mento da democracia no país”, disse José de Sousa, deputado do MDM, falando minutos após a proclamaçã­o de resultados em Maputo.

Para José de Sousa, as eleições de 15 de Outubro foram marcadas por uma fraude generaliza­da, atingindo “proporções assustador­as”.”A fraude atingiu proporções nunca vistas, foi assustador­a e aqueles que a cometeram estão assustados”, disse o deputado do MDM, acrescenta­ndo que os delegados da oposição foram expulsos das assembleia­s de voto quando tentavam reclamar.

A Renamo, principal partido da oposição no país, anunciou que vai convocar “manifestaç­ões à escala nacional” para repudiar os resultados das sextas eleições gerais no país", disse Alfredo Magumisse, porta-voz da Comissão Política do partido em conferênci­a de imprensa, em Maputo. Para Alfredo Magumisse, o acórdão “deita abaixo todo o esforço para a instituiçã­o da democracia.

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DR Candidato da Frelimo, o Presidente moçambican­o foi reeleito com 73 por cento dos votos

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