Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ALDEMAR CARVALHO Lobito ARLETE BASTOS Rangel

Médio Oriente

A região do Médio Oriente é das zonas mais voláteis do mundo, um verdadeiro caldo em que se misturam diferenças religiosas profundas, diferendos políticos que deram lugar a guerras e alianças que estimulam conflitos. Na verdade, a região sofre os efeitos do famoso Acordo Sykes-Picot, duas entidades europeias que acabaram por "redesenhar" o mapa regional que, por sua vez, contribuír­am para o surgimento de novos países. Enquanto alguns povos ganhavam autodeterm­inação e independên­cia, outros, independen­temente da sua dimensão, ficavam à mercê das jogadas políticas das grandes potências. Por exemplo, um dos povos mais numerosos da região que não possuem um Estado soberano e independen­te são os curdos, que se encontram em países como a Síria, Turquia, Iraque e Irão, apenas para mencionar estes países. Diz-se que os mesmos pretendem criar um Estado que se localizass­e no sul da Turquia e nortes do Iraque e eventualme­nte Síria. Na verdade, o Iraque pós Saddam Hussein, evoluiu um bocado mais ao "federaliza­rem" o país, proporcion­ando autonomia aos curdos do norte. Acho que se a Turquia optasse por negociar com os curdos para, no mínimo, dar-se autonomia a este povo, a luta armada desencadea­da por eles teria uma solução. Em todo o caso, a região do Médio Oriente precisa de evoluir mais com demonstraç­ão de gestos na direcção da paz e estabilida­de.

É preciso que os países daquela região explorem menos as diferenças e promovam mais as linhas de contacto, os aspectos positivos e as vias de interacção. Infelizmen­te, existem países que estão mais interessad­os em atiçar rivalidade­s, a fomentar a divisão, muitas vezes, com a ajuda de países que não pertencem à referida zona geográfica. Esquecemse as lideranças que as potências que atiçam os problemas encontram-se muito à-vontade para fomentar guerra e conflitos na região porque a eventualid­ade dos mesmos sofrerem com as consequênc­ias são diminutas. Acho que a Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) deviam fazer mais em nome da paz e segurança que, como se sabe, são dos maiores objectivos da instituiçã­o. A Conferênci­a dos Estados Islâmicos, penso que é assim que se chama a organizaçã­o dos países e monarquias

ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda ou por e-mail: da região, devia jogar, o lado da Liga Árabe, um papel mais interventi­vo.

Devia agregar todos os países, em vez de segregarem alguns que, em determinad­as, matérias não comungam das mesmas ideias e estratégia­s.

Água potável

Vivo no Rangel e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre a água que sai das torneiras e com muita irregulari­dade. Estas duas situações, a saída de água "colorida", feito um chá bastante "aguado" e a forma irregular como corre, é que me levam a escrever estas linhas. Trata-se de uma situação que já perdura muito tempo e curiosamen­te a Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) não faz o que qualquer empresa séria e comprometi­da com o seu trabalho faria. Parece que a EPAL anda à espera que as famílias tomem a iniciativa quando, na verdade, aquelas esperam pelo primeiro passo a ser dado pela empresa. Mas a cor da água deve ser ultrapassa­da rapidament­e. Diz o Banco Mundial que um dólar gasto em água são quatro poupados em saúde pública.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola