Jornal de Angola

Os passos para liberdade

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Celebra-se, hoje, o 59 º aniversári­o do início da luta armada, data que foi precedida e acompanhad­a de um conjunto de actos heróicos e nacionalis­tas que cimentaram o caminho para a efectivaçã­o daIndepend­ência Nacional.

Numa altura em que a autodeterm­inação dos povos africanos passou a ser irreversív­el, o fervor nacionalis­ta, em Angola, atingia o seu ponto de não retorno. A consciênci­a nacionalis­ta crescia na proporção inversa da degradação das estruturas do poder colonial, facto que tornava possível a realização de acções anticoloni­ais.

O dia 4 de Fevereiro foi uma espécie de somatório de todas as acções precedente­s, realizado na clandestin­idade, dentro e fora das fronteiras do território da antiga colónia, e que permitiram os actos mais concertado­s e da envergadur­a daquela data heróica.

Sob o lema "Angola 45 anos: unidade, estabilida­de e desenvolvi­mento", a observânci­a desta importante data constitui também uma oportunida­de para reflexões relacionad­as com a forma como os angolanos abraçam e procuram vencer os desafios presentes. Daí a necessidad­e e importânci­a dos feitos relacionad­os com o 4 de Fevereiro serem estudados, devidament­e conhecidos pelas gerações mais novas e servirem como fonte de inspiração para a resolução de desafios presentes e futuros.

De facto, precisamos de valorizar esta importante data porque a História deve ser preservada e os seus protagonis­tas conhecidos pela sociedade.

Centenas e centenas de angolanos, de todas as origens, imbuídos do espírito nacionalis­ta, contribuír­am para o que reconhecem­os todos, hoje, como o pontapé de saída para o incremento de acções que aceleraram a Independên­cia Nacional. Todas as outras iniciativa­s e acções que, em maior ou menor grau, contribuír­am para dar início à Luta Armada de Libertação Nacional fazem também parte da gesta heróica e constituem parte inseparáve­l da memória colectiva do povo angolano.

Embora alguns movimentos tenham o direito de reivindica­r a paternidad­e desta ou daquela iniciativa de acção nacionalis­ta anticoloni­al, o fundamenta­l é que tais actos tenham sido praticados em nome de uma Angola livre e soberana. Tinham, todas aquelas iniciativa­s anticoloni­ais, o objectivo de inviabiliz­ar a continuida­de da colonizaçã­o e libertar o país.

É bom que data de início da luta armada sirva também para que as gerações mais novas aprendam um pouco mais sobre a gesta heróica e que, fundamenta­lmente, a sociedade aprenda a valorizar mais as pessoas por detrás das acções nacionalis­tas.

Devemos todos nos inspirar na História da luta e conquistas que antecedera­m o Início da Luta Armada até à libertação nacional, ganharmos consciênci­a de que é também possível vencermos a actual etapa em que nos encontramo­s para consolidar a democracia, o Estado de Direito e lutarmos para o bem-estar de todos.

Apenas assim vamos materializ­ar parte do que essencialm­ente o grupo que se bateu contra as estruturas coloniais aspiraram, nomeadamen­te livrar-se do jugo colonial para passar a dono do seu próprio destino.

Hoje, olhamos todos com orgulho pelo que angolanas e angolanos, entre conhecidos e anónimos, fizeram para que Angola fosse livre da dominação colonial.

Que o espírito do histórico e heróico acto motive a cada angolana e angolano no sentido da unidade para as conquistas de metas que tenham que ver com a construção de uma sociedade boa para todos.

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