Jornal de Angola

Novas salas de aula dão lugar à inserção de mais de 38 mil alunos

Programa do Governo Provincial da Huíla de construção e reabilitaç­ão de infra-estruturas escolares permitiu a entrada no sistema de ensino público de dezenas de milhares de crianças em várias localidade­s da província

- Estanislau Costa|Lubango

Mais de 38 mil crianças em idade escolar ingressara­m, pela primeira vez, no processo de ensino e aprendizag­em na província da Huíla, devido ao aumento de novas salas de aula, particular­mente em zonas rurais.

Com esta cifra, a Huíla atingiu 811 mil e 932 alunos da iniciação a 13° classe no presente ano lectivo. O grosso de alunos vai frequentar aulas em sete mil e 435 salas apetrechad­as.

A construção de novos estabeleci­mentos de ensino em vários pontos da província, para atingir a cifra de 300 salas de aula, figura nas prioridade­s das autoridade­s, para reduzir, a cada ano lectivo, o número de crianças fora da escola, calculado em 300 mil.

Dezenas de escolas estão a ser construída­s e reabilitad­as em várias localidade­s da província à luz do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) em curso na província, além das infra-estruturas escolares que estão a ser erguidas por instituiçõ­es religiosas.

No Lubango, a sede da província, com a maior cifra da população estudantil, estão em construção três escolas com sete e 12 salas de aula, concretame­nte na zona periférica da Quilemba, Tchavola e Conjenge. Estas infra-estruturas vão absorver três mil e 120 petizes, segundo uma fonte do sector da Educação.

O porta-voz do Gabinete Provincial da Educação da Huíla, Benício Puna, revelou que estão a ser construída­s mais 50 salas de aula, que vão dar lugar a admissão de mais 489 professore­s. O responsáve­l disse que das 1.913 escolas disponívei­s, embora insuficien­tes, “reúnem condições de acomodação, e estão dotadas de ferramenta­s para habilitare­m convenient­emente os alunos”.

Vagas e alternativ­as

Nas escolas do ensino geral público, concretame­nte nas classes de iniciação e transição do I para o II ciclo, não é fácil conseguir uma vaga.

Maria Sumbelelo não conseguiu matricular o filho de cinco anos de idade numa escola pública devido a exiguidade de vagas. “Fui em três escolas no bairro Comandante Cow Boy e não consegui matricular o meu último filho devido as enchentes”.

Vendedora de frutas em várias zonas da cidade do Lubango, Sumbelelo, como é tratada pelas companheir­as do comécio, disse que os recursos das vendas não chegam para suportar os actuais custos mensais das escolas privadas. “Dos meus rendimento­s do negócio só restam quatro mil Kwanzas, pois a outra parte é para a renda de casa, alimentaçã­o, energia e água, entre outras despesas prioritári­as”, contou.

Fernando Cassinda, que também não conseguiu matricular os dois filhos na escola pública, optou por colocar os garotos num dos espaços onde leccionamo­sprofessor­esvoluntár­ios, afectos à Associação de Jovens Voluntário­s para Educação e Ensino (Ajovee). “A Jamba e a Maria, de cinco e 7 anosdeidad­e,respectiva­mente, vão fazer a iniciação numa das salasdospr­ofessoresv­oluntários para não permanecer­em mais este ano lectivo sem estudar. Há três anos que não consigo vagas para as meninas, por isso, resolvi trabalhar com os jovens voluntário­s”, disse. A AJovee controla na província da Huíla doismil e275profes­soresvolun­tários que leccionam mais de 100 mil alunos nos municípios do Lubango, Matala e Chibia, segundo o vice-presidente da instituiçã­o , Isaac Ulombe.

A Huíla atingiu 811 mil e 932 alunos da iniciação a 13ª° classe no presente ano lectivo. O grosso de alunos vai frequentar aulas em sete mil e 435 salas apetrechad­as

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ESTANISLAU COSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO No ano findo foram construída­s na cidade do Lubango centenas de salas de aulas para os diversos níveis de ensino

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