Jornal de Angola

Casos espalhados pelo mundo

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A cidade de Wuhan foi colocada de quarentena. Estão impedidas viagens para fora desta e o mundo exterior começava a desaconsel­har a entrada na China. Mas os números continuam a aumentar. Há já centenas de casos fora da China, espalhados por vários países que vão dos EUA à Austrália, do Vietname ao Brasil.

Na quinta-feira, a OMS decretou que se está perante uma "situação de emergência internacio­nal". Para virologist­as, um passo bem dado, tendo em conta o risco para a saúde pública a nível mundial.

Carlos Lima Alves argumentou ao DN: "O primeiro passo é reconhecer a existência de um novo vírus e a sua capacidade de se transmitir, se é muito eficaz ou não. Neste caso, provavelme­nte o que as autoridade­s chinesas interpreta­ram é que seria um vírus que estaria pontualmen­te a passar de animais para seres humanos, mas não de ser humano para ser humano. Portanto, a contenção poderia ser feita a nível local, o que aconteceu. O mercado foi encerrado de imediato, pensando que a fonte de contaminaç­ão estaria eliminada e que não haveria novos casos."

Mas sabe-se agora que não foi isso que aconteceu. O vírus propagou-se. "Soubese depois que o vírus já estava a passar entre os humanos, ultrapassa­ndo a primeira barreira - o encerramen­to do mercado -, medida que até foi eficaz em situações de viroses anteriores." Para o infecciolo­gista português, pode "ter havido um erro de julgamento sobre a capacidade de transmissã­o do vírus, mas até se chegar a esta noção é preciso algum conhecimen­to sobre o vírus e isso não é imediato".

Acrescento­u que "uma doença com sintomas muito parecidos a de outras pneumonias, numa altura em que se está na época deste tipo de doença, é natural que possa levar algum tempo até se reconhecer que se está perante um novo vírus. Havia uma agregação comum, que era o mercado, mas fazer o cruzamento de todos os casos, por muito bons que sejam os sistemas de vigilância, por vezes, nem sempre é fácil." Carlos Lima Alves diz que "ainda é cedo para julgar. Há muita informação desconheci­da. Se foram ou não tomados todos os cuidados atempadame­nte, terá de ser a história a dizer".

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