Cefopescas reúne capacidade para formar quadros da SADC
O Presidente da República inaugurou, ontem, o Instituto Politécnico das Pescas, cuja meta é conquistar, pela excelência, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. A instituição tem tecnologia de ponta, comparada a escolas de Espanha
O Instituto Politécnico das Pescas-Cefopescas deve tornar-se, em breve, numa escola para formação média de referência a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), assegurou, ontem, em Luanda, a ministra do sector, Maria
Antonieta Baptista, ao Presidente da República, João Lourenço, que procedeu à inauguração do empreendimento. O Instituto Politécnico das Pescas - Cefopescas, que obedece aos padrões e regulamentos da Organização Marítima Internacional, foi financiado pelo Governo espanhol para atender à carência de técnicos qualificados de nível médio para o sector. O Cefopescas tem capacidade para albergar 1.836 alunos e resulta de um investimento de 98 milhões de dólares.
O Instituto Politécnico das Pescas-Cefopescas deve tornar-se, a breve trecho, numa escola com autoridade competente de formação média do sector com prestígio nacional e internacional, com realce para a formação de referência a nível da região da SADC, assegurou, ontem, em Luanda, a ministra do sector, Maria Antonieta Baptista.
Num breve discurso de apresentação da instituição ao Presidente da República, João Lourenço, que na manhã de ontem descerrou a placa e fez o corte da fita, a ministra das Pescas lembrou que o estabelecimento de ensino pretende olhar para um ensino amparado por requisitos higio-sanitários da cadeia de produção e da comercialização dos produtos alimentares de origem aquática. Além disso, pretende olhar, também, para a demanda de prestação de serviço de qualidade, geralmente requerida pelo sector produtivo.
Construído com financiamento do Reino de Espanha, no valor de 98 milhões de dólares, o instituto tem capacidade para 1.836 estudantes, distribuídos por três turnos, o que permite a realização de todas as operações exigidas em barcos de pesca profissionais, controlar a navegação, organizar e executar as actividades de extracção, conservação da pesca ou controlar e manter o sistema de propulsão da embarcação.
Para a ministra, é meta primordial do sector, em convergência com a escola de pescas, a conquista da região da SADC e um lugar de excelência no ranking das principais instituições do género, numa visão de crescimento e desenvolvimento.
Pelo equipamento, dimensões e capacidade, a instituição poderá transformar-se no Instituto Médio de Formação Pesqueira de referência na região para alunos da 7ª à 13ª classe, num sistema de formação que deverá obedecer aos padrões e regulamentos da Organização Marítima Internacional, conferindo o Título Pesqueiro Polivalente, certificavel pelo Instituto Politécnico Marítimo Pesqueiro do Atlântico, sito em Vigo, Espanha, aprovado pela União Europeia.
A escola assegura a obtenção de habilitações regulares de grau médio de mestre costeiro-pescador, técnico de máquinas e motores navais, máquinas e instalações navais, aquicultura, pescado, biologia marinha e de recursos pesqueiros.
Segundo a ministra, com nível básico, a escola deve formar marinheiro-pescador, contramestre pescador, motorista maquinista prático, assistente de electricidade naval, electromecânico de frio, auxiliar de processamento, manuseamento e conservação de pescado, auxiliar de carpintaria naval e auxiliar de soldadura. O instituto aposta, também, em cursos profissionalizantes de curta duração.
Formação básica
A ministra garantiu a formação de quadros de qualidade de nível básico para suporte fundamental dos níveis médios e superiores, por via da formação profissional e profissionalizante.
“Pretendemos que sejam os quadros dotados de competência e habilidades necessárias para garantir a participação de todos na edificação das metas de desenvolvimento, desmitificando a ideia de que só os pós-graduados ou doutores podem ter competência”, salientou Antonieta Baptista, para quem começa agora a missão de projectar o funcionamento da Cefopescas a favor do cumprimento do objectivo número 14 do Desenvolvimento Sustentável, que é o de conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos pesqueiros. Localizado na comuna dos Ramiros, o instituto conta com duas linhas de autocarro BenficaEscola e Barra do CuanzaEscola, num apoio do sector dos transportes.
A instituição tem instalado um sistema de gestão com tecnologia de ponta, como as grandes escolas de Espanha.
A ministra das Pescas considerou o projecto de elevado valor estratégico, por estar situado à beira mar, no município de Belas, actualmente com 1.230 habitantes.
PR no leme do Barco-Escola
O Presidente da República chegou ao local de helicóptero. Descerrou a placa e fez o corte da fita. Depois da breve intervenção da ministra, João Lourenço fez uma visita guiada pelo empreendimento, tendo passado pelos mais diversos compartimentos. Em quase duas horas, o Titular do Poder Executivo visitou as salas de simulação de socorrismo, de equipamento de extinção de incêndios, navio simulador e de rádio-controlo.
Cada uma das salas de aula conta com uma componente teórico-prática, laboratório para análise da qualidade do pescado, derivados e água, dormitórios e sala de motores, além de uma área com um moderno sistema de dessalinização de agua proveniente de um furo feito no próprio instituto. Ontem, na visita guiada à sala com o navio simulador, João Lourenço fez-se ao leme do Barco-Escola (realidade aumentada e visão de 180º graus), que dá uma noção quase real do comportamento das águas, horizonte e eventuais riscos. O Barco-Escola é um elemento fundamental para completar a formação dos futuros profissionais do centro e está completamente equipado para a navegação, comunicação e apetrechos necessários para todas as artes de pesca.
O Instituto Politécnico das Pescas - Cefopescas, concebido para atender a carência de quadros qualificados de nível médio para o sector das pescas em Angola, iniciou obras 2016. Durante os três anos de execução, o projecto empregou mais de 1.200 angolanos.
A escola assegura a obtenção de habilitações regulares de grau médio de mestre costeiro-pescador, técnico de máquinas e motores e instalações navais, pescado e biologia marinha