Maioridade e mediocridade
Os jovens são, sempre foram e ainda bem, contestatários por natureza, o que provoca, muitas vezes, o que se designa por conflito de gerações, não raro por falta de abertura dos mais velhos. O conflito de gerações não é de hoje e dele, saibamos reconhecer todos, resultaram, ao longo das épocas, transformações, sem as quais as sociedades tinham-se mantido imutáveis, sem acesso, não apenas ao conhecimento, como ao conforto, que para muitos se tornou indispensável, constituído por “banalidades” do dia-a-dia, mas que já foram tidas como inimagináveis para se perder tempo a discuti-las. O choque de ideias ocorre, quasesempre,porosmaisvelhos se esquecerem que já foram jovens, contestatários e sentiram, volta e meia, necessidade de ter comportamentos “próprios da idade” - quase sempre desvanecidos pelo somatório de experiências -, com o simples propósito de quererem ser adultos antes do tempo para poderem fazer o que julgam que adultos podem fazer. Um daqueles equívocos, cada vez mais frequente, na capital, é presenciar em plena via pública, principalmente aos fins-de-semana,gruposruidosos de jovens, sôfregos de chamar àatenção,aemborcarembebidas alcoólicas e atirarem o vasilhame par onde calha. É urgente que se lhes explique que maioridade não é mediocridade e maus exemplos não são para seguir.