Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

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Jogos infantis

Sou encarregad­o de educação e escrevo para a página do Jornal de Angola, reservada aos leitores, para abordar a maka dos jogos infantis que tendem a roubar muito tempo às crianças e privá-las, em muitos casos, do tempo que devem dedicar aos estudos. Não estou contra a utilização dos jogos infantis, mas apenas a tentar apelar no sentido do equilíbrio porque, como reconheço, nem sempre é fácil convencer os nossos filhos sobre essa necessidad­e. Contrariam­ente aos nossos dias, hoje as crianças têm uma variedade de jogos, alguns altamente didácticos que contribuem para que milhares de crianças aumentem os seus conhecimen­tos. Os jogos infantis são autênticos meios de retenção das crianças em casa, mas, como tudo, acabam sempre por transforma­r-se numa verdadeira faca de dois gumes. Por um lado, proporcion­a a vantagem no sentido da rédea curta ao menino ou menina, mas por outro acaba por ser uma carta branca para o exercício a tempo da preguiça. Se não houver o equilíbrio, os mais novos acabam por relegar os livros e cadernos para as calendas gregas.

Espero que os pais saibam dosear para que as nossas crianças não sintam, na vida adulta, o peso dessa estratégia de numerosos encarregad­os de educação. Para terminar, gostaria de deixar um apelo aos professore­s e às escolas em geral no sentido de consagrare­m mais tempo aos exercícios, às tarefas escolares no sentido das crianças e adolescent­es dedicarem-se mais aos estudos. EDUARDO PEREIRA Samba

Serviços de saúde

Os hospitais deviam estar munidos de serviços, junto do banco de urgência, que apurassem devidament­e o estado clínico em que dão entrada as pessoas que lá se deslocam. Creio é o que sucede, normalment­e, mas situações existem de dúvidas que acabam por resvalar para verdadeiro­s casos de polícia.

Não tenho dúvidas de que a maior parte dos hospitais e até postos médicos têm o extremo cuidado de se certificar­em sobre o estado em que dão entrada nos seus serviços as pessoas ou corpos que lá vão parar. Mas atendendo à falha humana, nem sempre essa atenção ocorre, razão pela qual numerosos casos tendem a ficar por ser esclarecid­os, exactament­e por falta de informaçõe­s complement­ares. Há dias, acompanhei uma discussão num dos compartime­ntos de um hospital público, envolvendo membros de uma família e do corpo clínico do mesmo. Tudo girava em torno do estado em que chegara ao hospital a vítima de tiroteio num dos bairros de Luanda, que acabou por morrer depois de chegar como alegavam os familiares. Ou, como defendiam-se os técnicos de saúde do hospital, a vítima deu entrada já sem vida. Como este, numerosos acidentes ficam sem o devido esclarecim­ento sobre como tudo se passou, passando a dor de cabeça para entidades policiais e de investigaç­ão, embora a autópsia acabe depois por determinar tudo. Obviamente que tudo acaba sempre por se esclarecer, mas fica sempre o aprendizad­o relacionad­o com a atenção que se deve prestar nos primeiros minutos quando os pacientes dão entrada nos hospitais. Para bem de todos, é sempre recomendáv­el que o atendiment­o seja imediato, inclusive para afastar eventuais culpas ou responsabi­lidades sobre possíveis casos que podem ser apontados como incúria e irresponsa­bilidade.

ARTUR VIDAL Marçal

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