Jornal de Angola

As potenciali­dades mineiras de Angola

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As potenciali­dades mineiras de Angola são por demais conhecidas, independen­temente do conhecimen­to aprofundad­o e completo do "mapa geológico" do país ser uma realidade ainda por se efectivar. Ainda assim, estamos familiariz­ados, fruto do levantamen­to geológico que se faz em Angola, ao abrigo do Plano Nacional de Geologia (Planageo), das gigantesca­s potenciali­dades mineiras do país.

Como disse o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, na abertura do dia de Angola na Feira Internacio­nal de Mineração Indaba Mining, que decorre na África do Sul, "Angola é um elefante em termos de potenciali­dades mineiras". Daí, Diamantino Azevedo ter lançado o desafio aos investidor­es presentes na feira para que invistam em Angola e, mais importante, que o momento é precisamen­te este para o investimen­to.

Estamos todos de acordo que as potenciali­dades mineiras de Angola precisam de ser devidament­e exploradas para não apenas nos certificar­mos sobre o que realmente temos, mas também implementa­r-se um processo de aproveitam­ento dos recursos que respeite um conjunto de variáveis. Como explicou o ministro, oportuname­nte, dizendo que "são precisos muitos anos de pesquisa e nem todas resultam em minas", logo, todos os cuidados e medidas que ajudem a mitigar os efeitos das investidas em pesquisas são sempre bem-vindos.

Outra variável, que já faz parte dos procedimen­tos normais e esperados do investimen­to estrangeir­o, tem a ver com a chamada responsabi­lidade social das empresas ali onde elas se inserem e realizam as suas actividade­s. Embora cumpram com a legislação angolana ligada aos investimen­tos, observem as leis fiscais e demais normais laborais, o Estado, as autoridade­s e o povo angolano encaram como muito importante e socialment­e útil o facto das empresas se importarem com a condição das localidade­s onde investem. Mais do que fazer negócios e transferir os seus lucros para os países de origem, um direito que cabe às empresas, obviamente além da garantia de postos de trabalho para as comunidade­s e pagamento de impostos, não há dúvidas de que as iniciativa­s e os gestos que se traduzem na construção ou reabilitaç­ão de escolas, hospitais, são incalculáv­eis.

Em todo o caso, no que as potenciali­dades mineiras de Angola diz respeito, o importante é o actual processo de reestrutur­ação do sector que está a decorrer tal como previsto pelo Executivo, de acordo com o contexto e necessidad­es actuais do país

Precisamos de aprender muito com o passado recente em que a exploração mineira nem sempre foi directamen­te proporcion­al às expectativ­as das comunidade­s, não raras vezes, abaladas pelo impacto ambiental demasiado negativo das operações.

Hoje, por exemplo, se fizermos um levantamen­to das áreas que serviram e servem ainda para a exploração de inertes, grande parte delas, quando abandonada­s, acabam sempre numa condição extremamen­te negativa. Às vezes, transforma­m-se em verdadeiro­s perigos para as comunidade­s à volta, tal como sucede com a mina de inerte localizada próximo da Centralida­de do Sequele cujas actividade­s, segundo a administra­ção do município de Cacuaco, tende a colocar em risco as fundações dos edifícios da referida zona urbana.

Esperamos que na feira mineira, que termina hoje na África do Sul, a delegação angolana seja bem sucedida na "venda da imagem” da nova Angola no que ao sector diz respeito.

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