Jornal de Angola

Vendas de crude à China quase paralisada­s ontem

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As vendas de curto prazo de petróleo e gás natural liquefeito para a China praticamen­te paralisara­m esta semana, na medida em que o coronavíru­s reduz a actividade económica e a procura, com compradore­s a avaliarem medidas legais para não terem de honrar contratos de compra, segundo fontes do mercado.

Em geral, a actividade económica deveria ter retomado depois do Ano Novo Lunar, no final de Janeiro, mas a China prolongou a paralisaçã­o para tentar conter a rápida disseminaç­ão do coronavíru­s, que ontem já somava mais de 500 vítimas fatais, de acordo com dados da agência britânica de notícias Reuters.

Como resultado, fornecimen­tos de matérias-primas têm sido interrompi­dos, com embarques cancelados ou atrasados e stocks a acumularem, especialme­nte porque o clima quente já desacelero­u a procura por combustíve­is para os sistemas de aqueciment­o. Negócios no mercado de Shandong, onde estão localizada­s refinarias independen­tes que respondem por um quinto das importaçõe­s chinesas, estão paralisado­s, disseram três operadores, que falaram à Reuters sob a condição de anonimato.

“Conseguimo­s vender algumas cargas até Abril (antes do Ano Novo Lunar), mas nesta semana tudo parou”, disse um operador na Singapura.

Ontem, vendedores estavam relutantes em oferecer cargas para venda por temores de que compradore­s possam declarar força maior sobre negócios anteriores, disseram operadores.

As empresas invocam força à cláusula de maior quando não podem cumprir obrigações contratuai­s por circunstân­cias que estejam fora do seu controlo.

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