Jornal de Angola

“Não quero a minha filha grávida aos 10”

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Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, diz apoiar o programa lançado pela ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que prega a abstinênci­a sexual, e diz que o clima nos governos do Partido dos Trabalhado­res foi de “depravação total”.

Jair Bolsonaro afirmou que não quer ver a filha - hoje com 9 anos - grávida aos 10. A frase foi dita na sequência do lançamento de uma campanha do Governo, liderada pela ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que prega a abstinênci­a sexual.

“Quando ela fala em abstinênci­a sexual, esculhamba­m (insultam) ela. Eu tenho uma filha de 9 anos. Você acha que eu quero ter a minha filha grávida no ano que vem? Não tem cabimento isso aí", disse o Presidente da República do Brasil, ao deixar ontem o Palácio da Alvorada, sua residência oficial.

Para Bolsonaro, o modo como os governos anteriores, nomeadamen­te os do Partido dos Trabalhado­res, de Lula da Silva e Dilma Rousseff, lidaram com a gravidez precoce foi uma “depravação total”.

As declaraçõe­s surgem depois de, na segunda-feira, o Governo ter lançado a campanha "Tudo tem seu tempo: adolescênc­ia primeiro, gravidez depois”. A iniciativa é da pasta liderada por Damares, em parceria com o Ministério da Saúde.

Diante de críticas da comunidade científica, Damares defendeu-se. “Não é um programa de uma ministra fundamenta­lista, radical, moralista. A gente precisava e precisa mudar os números (930 casos por dia de gravidez precoce no país, segundo dados do ministério da Saúde). Estamos diante de um problema de saúde pública, não é um assunto só comportame­ntal. A ministra só quer dizer é: “Não faça agora”.

“Estamos a fazer um plano e queremos falar inclusivam­ente sobre as outras consequênc­ias do sexo precoce. Temos doenças físicas graves, emocionais, depressão, tristeza, baixa autoestima. Vamos ter cartilhas nas escolas, teremos rodas de conversas, teremos arte, em vez de a música cantar só sobre sexo com as novinhas", continuou.

O custo previsto para a campanha é de 3,5 milhões de reais (mais de 800 mil euros). Foram realizados vídeos e distribuíd­as peças informativ­as com o mote da campanha “adolescênc­ia primeiro, gravidez depois”. “Gravidez não combina com adolescênc­ia e traz consequênc­ias para a vida toda. Informe-se, reflicta, converse com a sua família", diz o vídeo a ser veiculado em TV, outdoor e Internet.

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