Jornal de Angola

Governo liberal derrubado por uma moção de censura

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O Parlamento romeno derrubou ontem o governo liberal minoritári­o de Ludovic Orban, no poder há apenas três meses, abrindo caminho para eleições legislativ­as antecipada­s.

"O Governo Orban demitiu-se, é um grande passo para a democracia", anunciou Marcel Ciolacu, presidente do parlamento e dirigente dos sociais-democratas (PSD, oposição), que apresentar­am uma moção de censura apoiada por 261 dos 329 deputados.

O Governo do PSD foi derrubado em Novembro, mas os sociais-democratas permanecem maioritári­os no parlamento de Bucareste.

"Perdemos uma batalha, mas pela Roménia vamos vencer o próximo desafio", considerou Orban, 56 anos, membros do Partido Nacional Liberal (PNL, centrodire­ita), antes de elogiar um "Governo que caiu de pé".

O PNL anunciou que hoje vai manter consultas com o Presidente Klaus Iohannis, para decidir a sua estratégia. O chefe de Estado, também provenient­e do PNL, apelou à designação de um novo Primeiro-Ministro.

Na origem da nova crise política no país dos Balcãs, membro da União Europeia, reside um projecto de reforma da lei eleitoral, apresentad­o pelos liberais, que pretendiam restabelec­er um sistema de voto em duas voltas nas eleições.

As eleições municipais estão agendadas para dentro de seis meses e o PSD poderá perder neste escrutínio metade dos cerca de 1.700 presidente­s de câmara que actualment­e garante, pelo facto de os candidatos de centro direita se puderem aliar contra os sociaisdem­ocratas entre as duas voltas, considerar­am analistas citados pela agência noticiosa AFP.

O PSD está a pagar o preço de uma controvers­a alteração da legislação judicial, promovida em 2017, que implicou manifestaç­ões sem precedente­s na Roménia. Segundo uma sondagem publicada na segunda-feira, os sociais-democratas recuaram para 20% das intenções de voto, contra os 45% obtidos nas legislativ­as de Dezembro de 2016.

Pelo contrário, os liberais, animados pela reeleição de Klaus Iohannis em Novembro, estão creditados com 47% das intenções de voto, mais do dobro em comparação com 2016.

Designado PrimeiroMi­nistro em Novembro, após o derrube do Governo socialdemo­crata de Viorica Dancila, por uma moção de censura, Orban espera ser de novo designado PrimeiroMi­nistro por Iohannis.

"Estou confiante, o Presidente designará um Primeiro-Ministro que responda às expectativ­as dos romenos", declarou pouco antes da votação.

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