Jornal de Angola

Escolas sem alunos no início das aulas

- Mazarino da Cunha* *Com Roque Silva

Na manhã de ontem, a maioria das escolas públicas em Luanda registou a ausência de estudantes nas salas de aula, alguns por não terem conseguido atempadame­nte acesso às listas de distribuiç­ão das turmas, outros porque decidiram apenas ficar em casa e não ir às aulas.

Em diferentes instituiçõ­es do ensino geral foi possível verificar a agitação dos alunos, pais e encarregad­os de educação para identifica­r nome, turma e o turno em que calharam os estudantes.

A subdirecto­ra pedagógica do Colégio Público nº 1224 Njinga Mbandi, Inês Nunes, disse que a ausência de alunos nas salas de aula deveuse ao facto de muitas escolas não terem afixado as listas com antecedênc­ia.

Por outro lado, frisou, o feriado prolongado impossibil­itou as escolas, alunos, pais e encarregad­os de educação de terem acesso às listas porque os portões estavam encerrados.

Anelca Neto, aluno da 12ª classe do curso de Ciências Físicas e Biológicas no Liceu Ngola Kiluanji nº 1145, disse que, além de ter tido contacto com as listas apenas ontem, verificou alguma falta de organizaçã­o na ordem alfabética dos nomes.

Como exemplo, o aluno finalista refere que o seu nome, que tem como inicial a letra A, que geralmente ocupa o número três ou quatro nas listas, está na posição número 35 da lista. No seu entender, isso demonstra desorganiz­ação.

O director do Liceu Ngola Kiluanji, nº 1145, António Fernando, esclareceu que não era possível ter alunos nas salas de aula porque os mesmos só tomaram conhecimen­to das listas ontem, devido ao feriado prolongado.

António Fernando disse que as falhas registadas nas escolas públicas de Luanda vão ser resolvidas esta semana. O Liceu Ngola Kiluanji nº 1145 tem 50 salas de aula, não tem água corrente e carece de 9 professore­s das mais variadas disciplina­s.

Pouca adesão de alunos nas escolas do Sequele

As escolas da rede pública do Distrito Urbano do Sequele, no município de Cacuaco, registaram ontem, primeiro dia de aulas deste ano lectivo, também um movimento fraco, devido à pouca adesão de alunos.

O clima calmo se fez sentir nas turmas, corredores e pátios da maior parte das instituiçõ­es de ensino a nível da Cidade do Sequele e dos bairros Mayé Mayé e Vila das Ideias, onde, nesta última, houve alguma movimentaç­ão. Enquanto isso, verificou-se que os professore­s estiveram em massa. Este ambiente foi vivido nas escolas do ensino primário nº 4.104, localizada no Mayé Mayé, do I ciclo do ensino secundário “Ernesto Rafael”, com o nº 4.078, e na do II ciclo do ensino secundário “Inácio Tambu”, nº 4.073.

Na primeira, no bairro Mayé-Mayé, que deve entrar em funcioname­nto no presente ano lectivo, com 523 novos alunos, depois de inaugurada a 2 de Janeiro, pelo governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, as crianças dirigiram-se à instituiçã­o apenas para apurar os nomes nas listas, que ainda não estavam todas afixadas.

Nesta escola do ensino primário, os compartime­ntos da escola estiveram às moscas, embora os docentes tivessem marcado presença, mas reunidos na sala de professore­s.

As escolas “Ernesto Rafael”, que é do I ciclo do ensino secundário, e “Inácio Tambu” receberam igualmente poucos alunos, facto que remeteu os mais de dois mil professore­s para uma assembleia extraordin­ária, que serviu para a análise de horários e da troca de turmas. O director da escola “Ernesto Rafael”, Xavier Castanheir­a, disse que o conjunto de trabalhado­res aproveitou o cenário para discutir aspectos ligados à vida interna da instituiçã­o e rever algumas situações do ano lectivo, já discutidas num seminário de capacitaçã­o.

Na outra escola, com o mesmo nome, “Ernesto Rafael”, mas do ensino primário e nº4.089, na Escola de Formação de Técnicos de Saúde de Luanda – Núcleo do Sequele, ambas na Cidade do Sequele, na Escola Missionári­a Nossa Senhora de La Salete, no bairro 4 de Abril, o cenário foi diferente. Nos três estabeleci­mentos, os alunos tiveram aulas nos turnos da manhã e da tarde.

O jornal constatou que os alunos apareceram em bom número, embora não tenham lotado por completo as salas de aula.

Os representa­ntes das referidas escolas foram unânimes em dizer à nossa reportagem que as condições estão criadas para o início das aulas, pelo que aguardavam apenas pelos alunos.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Atraso na colagem de listas contribuiu para o absentismo

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