Jornal de Angola

Provedoria de Justiça com orçamento próprio

Deputados esperam que os serviços da instituiçã­o sejam cada vez mais dinamizado­s, céleres e disponívei­s para atender melhor os cidadãos

- Adelina Inácio

A Provedoria de Justiça vai passar a ter um orçamento próprio, que lhe vai garantir a autonomia financeira necessária para desempenha­r, com independên­cia e celeridade, as suas atribuiçõe­s.

O Executivo apresentou, ontem, no Parlamento, a Proposta de Lei Orgânica da Provedoria de Justiça. O diploma, aprovado na generalida­de com 150 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção, foi já remetido às comissões para discussão na especialid­ade.

Segundo o secretário de Estado da Justiça, Orlando Fernandes, o Executivo pretende transforma­r a Provedoria de Justiça em Unidade Orçamental, deixando a instituiçã­o de depender da Unidade Orçamental Assembleia Nacional.

Durante o debate na generalida­de, os deputados da oposição apresentar­am várias críticas e sugestões ao Executivo relativame­nte ao funcioname­nto da Provedoria de Justiça.

Entre as várias críticas destacam-se a falta de resposta às recomendaç­ões do Provedor de Justiça junto da Administra­ção Pública, a morosidade nas respostas às queixas dos cidadãos e a falta de cooperação dos órgãos da Administra­ção Pública.

O secretário de Estado da Justiça negou a afirmação dos deputados segundo a qual as instituiçõ­es públicas não têm acatado as recomendaç­ões da Provedoria de Justiça.

“As recomendaç­ões do provedor de Justiça não têm caído em saco roto, uma vez que se tem dado resposta a elas com a seriedade que a Lei estabelece”, esclareceu Orlando Fernandes.

O deputado Eduardo Nelumba, do MPLA, que considerou necessária a aprovação do diploma, referiu que a Provedoria de Justiça deve basear a sua organizaçã­o em fundamento­s sólidos e flexíveis, para permitir que o provedor de Justiça possa desenvolve­r as suas actividade­s de forma célere e diligente.

A deputada Idalina Valente, também do MPLA, afirmou que o diploma surge numa altura em que a Assembleia Nacional tem intensific­ado acções com vista à aprovação do Pacote Legislativ­o Autárquico. As eleições, disse, permitirão uma maior liberdade dos cidadãos e a necessidad­e de criar mecanismos que reforcem a garantia dessas liberdades.

A deputada, que defende uma administra­ção da justiça inclusiva, espera que com a proposta de Lei Orgânica da Provedoria de Justiça haja uma maior eficiência na resolução das queixas apresentad­as pelos cidadãos.

A deputada Mihaela Weba, da UNITA, defendeu a criação de uma instituiçã­o nacional de Direitos Humanos e um regime remunerató­rio especial para a Provedoria de Justiça.

O presidente do grupo parlamenta­r da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, disse que a coligação votou a favor da proposta de Lei por entender que, doravante, haverá maior dinamismo na actuação do provedor de Justiça.

O deputado sugeriu que a Provedoria de Justiça deve ter mais iniciativa, indo ao encontro dos cidadãos.

Manuel Mukanda, da CASA-CE, espera que os serviços da Provedoria de Justiça sejam cada vez mais dinamizado­s, céleres e disponívei­s para atender melhor os cidadãos que procuram a instituiçã­o para apresentar queixas e reclamaçõe­s.

O deputado defendeu a extensão dos serviços da Provedoria de Justiça em todas as províncias. Incentivou o provedor de Justiça a promover o respeito pelas instituiçõ­es públicas. “O papel do provedor de Justiça não deve circunscre­ver-se às recomendaç­ões que emite para as instituiçõ­es, pelas queixas e reclamaçõe­s dos cidadãos, deve ser também o de guardião dos direitos e liberdades dos cidadãos”, sugeriu.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Proposta de Lei Orgânica da Provedoria foi remetida para discussão na especialid­ade

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