Expectativas para a reabertura da fronteira de Gatuna/Katuna
Depois da reunião de ontem, na zona fronteiriça de Gatuna/Katuna, cidadãos dos dois lados esperam que as tensões que há muito persistem sejam amainadas e que a abertura da fronteira seja efectiva daqui a um mês e 15 dias sem as velhas suspeições, sempre marcadas por deportações e restrições de movimentos.
Depois da Cimeira de ontem, cidadãos ouvidos pelo Jornal de Angola esperam que camiões com mercadoria diversa do centro do Uganda para Kigali transponham a fronteira sem os obstáculos do passado. O Uganda exporta para o Rwanda, embora em quantidades ainda irrisórias, óleo de cozinha, cimento, sabão e vaselina.
O bloqueio na fronteira tem dado azo ao crescimento de actividades ilegais, incluindo contrabando. Um dos pedidos de Kigali, entre vários, é que Kampala pare de deter ilegalmente cidadãos seus e deixe de dar guarida aos que considera inimigos, incluindo membros do Congresso Nacional do Rwanda, com sede na África do Sul, a Frente de Libertação Nacional e as Forças Democráticas de Libertação do Rwanda. O Tratado de Extradição, assinado ontem, dá resposta à questão.
Em face da situação reinante nas relações entre os dois países, comerciantes do Uganda foram aconselhados pelo Governo a buscar novos mercados no Sudão do Sul, na Tanzânia e na República Democrática do Congo para compensar a perda do mercado rwandês. O Rwanda, por sua vez, está a virar-se para o vizinho ocidental, a RDC, com quem assinou acordos sobre comércio transfronteiriço, aviação e eliminação de barreiras não tarifárias.