Maternidade regista aumento de casos de gravidez precoce
A responsável da Maternidade Central revelou que as adolescentes grávidas que buscam assistência médica são maioritariamente dos 15 aos 17 anos de idade
Pelo menos, 37 casos de gravidez precoce foram registados em Janeiro do corrente na Maternidade Provincial do Cuando Cubango, com realce para adolescentes dos 15 aos 17 anos de idade, informou a directora em exercício da unidade hospitalar.
Sem avançar números, Ondina Chiaca disse que os casos de gravidez precoce aumentaram comparativamente a igual período do ano passado, apesar das informações de sensibilização que os órgãos de Comunicação Social têm estado a divulgar, no sentido de se inverter o quadro a nível da província.
“Só no mês de Janeiro, registamos 37 casos de adolescentes grávidas. Os números são preocupantes, porque estas adolescentes correm risco de vida, tendo em conta que o seu organismo ainda não está preparado para a concepção ou geração de filhos”, disse.
A responsável aponta a falta de diálogo familiar como a principal causa da gravidez precoce na região. “Infelizmente para muitos pais falar com os filhos sobre relações sexuais ainda constitui um tabu, o que faz com que muitas crianças e adolescentes envolvam-se sexualmente muito cedo e sem a devida prevenção e noção das consequências deste acto”.
“A gravidez precoce”, continuou, “tem estado a contribuir negativamente para o progresso académico de adolescentes no Cuando Cubango, pois registam-se, cada vez mais, casos de abandono escolar no seio da juventude, porque quando fazem filho cedo acabam por deixar de estudar para trabalhar e cuidar deles”.
Partos realizados
Ondina Chiaca informou que, em Janeiro a unidade hospitalar que dirige realizou 137 partos, dos quais 130 nados vivos e sete nados mortos. No mesmo período foram também realizadas 1.125 consultas de ginecologia e obstetrícia.
Neste mesmo período, informou, a Maternidade Provincial registou ainda 36 casos de nados mortos extra-hospitalares (casos em que o bebé chega à unidade sanitária sem vida), por diversos motivos, com realce para a chegada tardia das parturientes à unidade sanitária e falta de consultas pré-natais.
Outra situação que tem provocado mortes de recém-nascidos e de parturientes, segundo Ondina Chi aca, prende-se com o facto de muitas mulheres optarem por realizar os partos em casa e ir ao hospital quando têm complicação.
Outras doenças
Ondina Chiaca informou que no período em referência, 391 mulheres grávidas foram diagnosticadas com malária, das quais 61 chegaram a internar, assim como houve outras ocorrências como hemorragias pós-parto, pré-eclâmpsia, placentas retidas, ameaça de abortos e gravidez ectópicas.
No mesmo espaço de tempo, 754 mulheres aderiram às consultas pré-natais e 212 foram testadas no centro de aconselhamento e testagem voluntária. Deste número 12 foram diagnosticadas com VIH/Sida e recebem o devido tratamento para evitar o contágio da doença de mãe para o filho.
Ondina Chiaca disse que a Maternidade Provincial tem um plano de actividades em relação às consultas préna-tais, durante as quais realizam palestras para informar as gestantes sobre a importância desta terapia, e a necessidade do acompanhamento médico durante a gravidez e pós parto.