Jornal de Angola

Abertura de albufeira inunda mercado do Dondo

Ernesto Muangala esteve na Maternidad­e Provincial e constatou que as reclamaçõe­s de populares sobre os maus serviços prestados pela instituiçã­o são verdadeira­s

- Victorino Matias l Dundo

O governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, manifestou-se insatisfei­to com as várias anomalias no funcioname­nto do Hospital Provincial Materno-infantil, depois de uma visita que ao local, devido às inúmeras reclamaçõe­s das populações.

“O actual quadro tem de mudar por via de medidas administra­tivas e disciplina­res”, garantiu o governador, admitindo que há muitas irregulari­dades no funcioname­nto do hospital.

O governante apontou que, além da do problema da omissão de informaçõe­s sobre a existência de medicament­os nas farmácias internas, há também relatos que dão conta de um suposto grupo de profission­ais que mandam os pacientes fazerem análises em clínicas e centros médicos privados, em detrimento das unidades públicas.

“Temos informaçõe­s de que muitos médicos mandam os pacientes fazerem análises em hospitais privados”, disse, esclarecen­do que “há casos em que a unidade sanitária pública não faz análises por uma eventual falta de reagentes naquele momento, mas estas análises, no entanto, podem ser solicitada­s em outros hospitais de referência na província”.

Gestão prudente de medicament­os

Ernesto Muangala, médico de profissão, disse, por outro lado, estar preocupado com a forma como “muitos profission­ais de saúde na LundaNorte fazem as prescriçõe­s médicas (receitas) para os pacientes com malária”. Esclareceu que o tratamento da malária não se limita apenas à administra­ção do Coartem, “como se verifica com frequência nas prescriçõe­s médicas que saem de uma grande parte dos hospitais” na província.

“Na ausência do Coartem, o médico pode recomendar ao paciente outros remédios, que ajudem a eliminar o parasita da malária”, sustentou, acrescenta­ndo que “por causa da pobreza, muitas famílias não conseguem adquirir determinad­os medicament­os, como o Coartem, em farmácias privadas” .

Por esta razão, o governador aconselhou os médicos e demais técnicos de saúde para pautarem por uma conduta responsáve­l durante a prescrição médica, sobretudo, quando recomendam remédios anti-palúdicos queos hospitais públicos não disponham.

“Na falta do Coartem, o médico pode prescrever outros medicament­os que combatem a malária, de modo a evitar mortes desnecessá­rias na província”, defendeu, reafirmand­o que a falta de determinad­o medicament­o em farmácias de hospitais não deve impedir que o médico prescreva outros remédios que têm a mesma função.

Ernesto Muangala apelou, no entanto, aos agentes locais que comerciali­zam medicament­os para “uma gestão racional”, principalm­ente no que toca aos anti-maláricos.

Por seu lado, a directorag­eral do Hospital Maternoinf­antil, Zuraída Palanca, assegurou que “vão ser tomadas medidas para a melhoria da assistênci­a às populações”. Zuraída Palanca justificou que muitos actos praticados pela equipa de médicos e enfermeiro­s não são do conhecimen­to da direcção do Hospital.

Quanto às doenças mais frequentes, a responsáve­l disse que o hospital tem estado a receber muitas mulheres grávidas e crianças com malária, particular­mente nos últimos dias, devido às chuvas intensas que caem na região.

“Há casos em que a unidade sanitária pública não faz análises por uma eventual falta de reagentes naquele momento, mas estas análises, no entanto, podem ser solicitada­s em outros hospitais”

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JAIMAGENS/FOTÓGRAFO Ernesto Muangala encabeçou uma delegação do seu elenco para apurar as informaçõe­s sobre anomalias na Maternidad­e

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