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Ernesto Muangala esteve na Maternidade Provincial e constatou que as reclamações de populares sobre os maus serviços prestados pela instituição são verdadeiras
O governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, manifestou-se insatisfeito com as várias anomalias no funcionamento do Hospital Provincial Materno-infantil, depois de uma visita que ao local, devido às inúmeras reclamações das populações.
“O actual quadro tem de mudar por via de medidas administrativas e disciplinares”, garantiu o governador, admitindo que há muitas irregularidades no funcionamento do hospital.
O governante apontou que, além da do problema da omissão de informações sobre a existência de medicamentos nas farmácias internas, há também relatos que dão conta de um suposto grupo de profissionais que mandam os pacientes fazerem análises em clínicas e centros médicos privados, em detrimento das unidades públicas.
“Temos informações de que muitos médicos mandam os pacientes fazerem análises em hospitais privados”, disse, esclarecendo que “há casos em que a unidade sanitária pública não faz análises por uma eventual falta de reagentes naquele momento, mas estas análises, no entanto, podem ser solicitadas em outros hospitais de referência na província”.
Gestão prudente de medicamentos
Ernesto Muangala, médico de profissão, disse, por outro lado, estar preocupado com a forma como “muitos profissionais de saúde na LundaNorte fazem as prescrições médicas (receitas) para os pacientes com malária”. Esclareceu que o tratamento da malária não se limita apenas à administração do Coartem, “como se verifica com frequência nas prescrições médicas que saem de uma grande parte dos hospitais” na província.
“Na ausência do Coartem, o médico pode recomendar ao paciente outros remédios, que ajudem a eliminar o parasita da malária”, sustentou, acrescentando que “por causa da pobreza, muitas famílias não conseguem adquirir determinados medicamentos, como o Coartem, em farmácias privadas” .
Por esta razão, o governador aconselhou os médicos e demais técnicos de saúde para pautarem por uma conduta responsável durante a prescrição médica, sobretudo, quando recomendam remédios anti-palúdicos queos hospitais públicos não disponham.
“Na falta do Coartem, o médico pode prescrever outros medicamentos que combatem a malária, de modo a evitar mortes desnecessárias na província”, defendeu, reafirmando que a falta de determinado medicamento em farmácias de hospitais não deve impedir que o médico prescreva outros remédios que têm a mesma função.
Ernesto Muangala apelou, no entanto, aos agentes locais que comercializam medicamentos para “uma gestão racional”, principalmente no que toca aos anti-maláricos.
Por seu lado, a directorageral do Hospital Maternoinfantil, Zuraída Palanca, assegurou que “vão ser tomadas medidas para a melhoria da assistência às populações”. Zuraída Palanca justificou que muitos actos praticados pela equipa de médicos e enfermeiros não são do conhecimento da direcção do Hospital.
Quanto às doenças mais frequentes, a responsável disse que o hospital tem estado a receber muitas mulheres grávidas e crianças com malária, particularmente nos últimos dias, devido às chuvas intensas que caem na região.
“Há casos em que a unidade sanitária pública não faz análises por uma eventual falta de reagentes naquele momento, mas estas análises, no entanto, podem ser solicitadas em outros hospitais”