Jornal de Angola

1º de Agosto falha regresso à liderança

Empate do Petro de Luanda diante do Progresso Sambizanga vale ponto conquistad­o depois da vitória do Sagrada sobre os militares

- Honorato Silva

De mal a pior, o 1º de Agosto prolongou a crise de resultados no Campeonato Nacional de Futebol, Girabola, ao perder ontem,por1-2,frenteaoSa­grada Esperança, em pleno Estádio 11deNovemb­ro,quandoavit­ória assegurava­oregressoà­liderança da competição.

Sem alma, os militares do Rio Seco, comandados pelo bósnio Dragan Jovic, voltaram a mandar apenas as camisolas para o campo, com a particular­idade de viverem o espírito do Carnaval, a julgar pela forma como consentira­m o segundo golo, no desafio de acerto de calendário referente à 18ª jornada.

Foram dissipadas as dúvidas. Os tetra-campeões já não conseguem esconder a falta de capacidade competitiv­a, imagem de marca nos últimos seis jogos, cinco do campeonato e um da Taça de Angola, diante do Ferrovia, Desportiva da Huíla, Santa Rita de Cássia, Académica do Lobito, Recreativo da Caála e Sagrada Esperança.

Direcção, jogadores e equipa técnica continuam à procura das razões da quebra de rendimento. A saída pela porta dos fundos da fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões Africanos, sem qualquer triunfo, chegou a ser apontada como um dos motivos, mas o tempo se encarregou de deixar cair a tese, porque a equipa evidencia desacerto colectivo.

A quarta derrota do 1º de Agosto no Girabola chegou casada com a terceira partida consecutiv­a distante do triunfo. E o desaire de ontem teve contornos de crueldade, face ao brinde oferecido por Macaia a Gaspar, aos 84 minutos. O golo de Mabululu, a desfazer a vantagem dos diamantífe­ros, alcançada por Cachi, fica apenas nos registos da competição.

O desaire mantém os rubro e negros na segunda posição, com 42 pontos, sob o risco de ficarem a cinco da liderança, caso os petrolífer­os vençam o jogo frente ao Desportivo da Huíla, da 18ª jornada. Os lundas, 28, estão agora mais próximos das posições consentâne­as com o futebol praticado sob a batuta de Rock Sapiri.

A ronda registou ainda os resultados Recreativo do Libolo - Progresso Sambizanga (0-1), Interclube - Santa Rita de Cássia (3-1), Académica do Lobito - Wiliete de Benguela (0-1), FC Bravos do Maquis - Ferrovia do Huambo (3-0) e Cuando Cubango FCRecreati­vo da Caála (0-1). Folgou o Sporting de Cabinda, por força da desclassif­icação do 1º de Maio de Benguela.

Força dos tostões

Nos Coqueiros, em acerto à ronda 17, o Progresso Sambizanga fez valer os tostões, diante dos milhões do Petro de Luanda. O empate (1-1) foi um prémio justo à entrega dos pupilos de Hélder Teixeira, impedidos de fazer melhor pela profunda crise financeira.

Depois de uma postura irrepreens­ível no primeiro tempo, os sambilas, liderados em campo por Celso, jogador esclarecid­o, capaz de alinhar em qualquer equipa da competição, baixaram de produção na etapa complement­ar, curiosamen­te em vantagem numérica, dada a expulsão de Herenilson, por acumulação de amarelos.

A quebra do Progresso acabou por ser uma consequênc­ia das dificuldad­es, sobretudo a falta de condições para alimentaçã­o e suplementa­ção dos atletas, após os treinos e jogos. Porém, a abundante qualidade humana permitiu evitar a derrota.

Apostadoem­alargaroav­anço na classifica­ção, o Petro, líder com 44 pontos, marcou de penálti, por Tony. O tento da igualdade da equipa do Sambizanga, 12ª, 18, chegou perto do final do desafio, assinado por Kibeixa, pela mesma via.

Os adeptos petrolífer­os contestara­m o trabalho do árbitro Rodrigues Aleixo, acusado de excessos na expulsão do técnico Antonio Cosano e de ter perdoado a marcação de outro penálti aos donos da casa. Houve arremesso de objectos para o relvado.

As outras partidas produziram os seguintes resultados: Sagrada Esperança - FC Bravos do Maquis (0-1), Wiliete de Benguela - Recreativo do Libolo (3-1), Santa Rita de Cássia - Cuando Cubango FC (1-0), Ferrovia do Huambo - Interclube (0-1) e Desportivo do Huíla - 1º de Agosto (01). Está por realizar a partida Sporting de Cabinda - Académica do Lobito.

A disputa do título está lançada a favor dos tricolores, mais vivos no objectivo de impedir o penta perseguido pelo arqui-rival e consequent­e regresso ao título no Girabola, uma década depois.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Erros clamorosos da defesa dos militares do Rio Seco ditaram a segunda derrota consecutiv­a

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