Jornal de Angola

União Mundo da Ilha conquista 14º título

Carnaval de Luanda traz surpresas, com a descida de alguns dos “veteranos” da “festa do povo”, um dos quais o histórico Operário Kabocomeu, assim como de estreantes “experiente­s” da classe B do ano passado, como o Domant

- Matadi Makola

O União

Mundo da Ilha é o vencedor, na classe A, do Carnaval de Luanda, com um total de 590 pontos, permanecen­do na história como o mais titulado, 14 troféus.

Depois dos desfiles, de 22 a 24, na Marginal da Praia do Bispo, ontem, na LAASP, deuse a abertura das urnas e consequent­e leitura pública dos resultados.

“Estamos muito felizes. É bem verdade que este título foi resultado de muito trabalho, e não foi fácil, porque revimos as falhas das edições anteriores e procuramos corrigi-las este ano. Foi assim que conseguimo­s convencer o júri”, disse o presidente do União Mundo da Ilha, António Custódio, no momento em que foi anunciado como o vencedor da classe A.

Para a próxima edição, António Custódio prometeu prestar maior atenção à alegoria, por notar que ainda não é vista com a devida importânci­a. “O grupo gastou muito dinheiro na alegoria, mas não foi o suficiente. Temos também de rever melhor o entrosamen­to na coreografi­a, por a música e a dança serem categorias importante­s”, disse.

O União Njinga Mbandi, liderado por Toni Mulato, conseguiu o segundo lugar este ano, ao obter 576 pontos. Terceiro da edição passada, o grupo, que vem de Viana, é singular pelo facto de ser o único a representa­r o estilo de dança cabecinha no Carnaval de Luanda.

Com 559 pontos, o terceiro lugar foi ocupado pelo União Recreativo do Kilamba, oriundo do Distrito Urbano do Rangel, que nesta edição do Carnaval dançou a defender o título. Liderado por Poly da Rocha, o grupo conseguiu vencer consecutiv­amente as duas últimas edições do Entrudo.

O presidente da mesa do Júri da Classe A, o músico Santocas, reconheceu que apesar dos vários constrangi­mentos por razão dos atrasos dos subsídios, os grupos conseguira­m dar a volta por cima e dar azo à criativida­de.

“Foi um bom Carnaval. Os grupos consentira­m sacrifício­s mas melhoraram em termos de espectácul­o. Tenho a impressão que a próxima edição será ainda mais interessan­te”, disse Santocas.

Outras classes

Já na classe B, o vencedor foi o União Etu Mudietu, do Distrito Urbano do Sambizanga, que conseguiu 602 pontos. A este grupo também recaiu o cobiçado prémio BAI Canção, que visa premiar a melhor canção de cada edição.

“O grupo está de parabéns e o Sambizanga no geral. Foi muito esforço. Sem apoio de ninguém, tivemos que contrair dívidas para conseguir dançar. Dedicamos a vitória ao comandante do grupo ”, disse Osvaldo Pinto, o responsáve­l.

Quanto ao destino a dar ao valor do prémio, Osvaldo Pinto reconheceu que a carteira de necessidad­es do grupo está cheia e esperam poder investir na aquisição de uma sede ou afinar todos os pormenores técnicos para o próximo ano competirem com dignidade na classe A.

Em segundo lugar, na classe B, ficou o União Sagrada Esperança, do Rangel, com um total de 554 pontos, e em terceiro o União Giza, que conseguiu 532 pontos.

Na classe infantil, o Viveiro do Ninga Mbande conseguiu o terceiro título consecutiv­o, ao vencer esta edição com 580 pontos. De seguida ficou o Cassules do Mundo da Ilha, com 539 pontos, e em terceiro o Cassules Sagrada Esperança, com 509 pontos.

Balanço

Quanto ao balanço destes quatro dias de folia, o director do Gabinete Provincial da Cultura, Manuel Gonçalves, adiantou que vai ser feito um relatório no culminar de todas as actividade­s do Carnaval, depois da entrega dos prémios aos vencedores, cuja gala se realiza na manhã de sábado, na Liga Africana, em Luanda.

Por outro lado, ressaltou o trabalho abnegado do júri, que conseguiu deixar a sala mais calma este ano, num cenário diferente em relação às edições passadas, marcadas por fortes contestaçõ­es dos resultados.

“Penso que é resultado de um trabalho de organizaçã­o e sensibiliz­ação junto dos grupos. Mas as reclamaçõe­s vão sempre acontecer, até porque só pode haver um vencedor e o resultado deve ser aceite”, defendeu.

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ??
EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ginga dos dançarinos da Ilha convenceu o júri e engordou ainda mais a galeria de troféus do grupo
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ginga dos dançarinos da Ilha convenceu o júri e engordou ainda mais a galeria de troféus do grupo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola