Tensão política e social sobe na Guiné Conacri
A poucos dias das eleições legislativas, milhares de pessoas protestaram, terça-feira, em Conacri, contra o referendo sobre a alteração da Constituição, que o Presidente Alpha Condé marcou também para domingo.
O país vive um clima tenso com manifestações e protestos. Os partidos da oposição acusam o Chefe de Estado de estar a preparar um terceiro mandato para o final do ano, algo limitado pela actual Constituição. Dizem que as alterações constitucionais servem de pretexto para que Alpha Condé passe para zero o número de mandatos enquanto Presidente.
Condé, 81 anos, está prestes a terminar o segundo e último mandato previsto na lei magna ainda em vigor no país. O deputado Ousmane Gaoual Dialló, do partido da oposição União das Forças Democráticas, criticou o silêncio da CEDEAO e da União Africana (UA).
“Esperamos que tomem uma medida. As recentes deslocações do Chefe de Estado mostram que ele está preocupado com essas organizações. Não estamos desesperados e acreditamos que a CEDEAO e a UA sigam o caminho da Organização Internacional da Francofonia”, declarou.
Denúncia
A Organização Internacional da Francofonia (OIF), que acompanha o processo eleitoral na Guiné Conacri, já alertou para algumas irregularidades para as eleições legislativas de domingo, considerando que há mais de dois milhões de eleitores “problemáticos” nas listas. O último comunicado da CEDEAO sobre a situação política no país foi divulgado em 5 de Novembro de 2019.
A União Africana, por sua vez, terá pedido ao Presidente Alpha Condé para evitar quaisquer passos para manter-se no poder. O pedido foi feito durante a 33ª Cimeira, em Addis Abeba, na Etiópia.
Observadore dizem que os partidos da oposição ameaçam boicotar o processo eleitoral por falta de confiança.
Alpha Bah Fischer,membro do partido de Alpha Condé ( no poder), minimizou as alegadas irregularidades no processo eleitoral.