Jornal de Angola

40 mil pessoas precisam de ajuda humanitári­a

Numa altura em que foi assinado o novo programa de apoio das Nações Unidas a Cabo Verde, o país anunciou que cerca de 40 mil pessoas necessitam de cuidados de assistênci­a humanitári­a urgente

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Quase 40 mil

pessoas necessitam de cuidados em Cabo Verde, avançou, ontem, a directorag­eral da Inclusão Social do país, Mónica Furtado, para quem o sistema deve ser integrado na lei de protecção social.

“A nível do cadastro social, temos identifica­do actualment­e cerca de 12 mil crianças dos 0 ao 3 anos, cerca de 20 mil pessoas que dizem ter alguma incapacida­de, cerca de 16 mil pessoas maiores de 65 anos”, contabiliz­ou Mónica Furtado, citada pela Lusa.

A responsáve­l falava à imprensa, na cidade da Praia, no âmbito de uma mesaredond­a sobre a montagem do sistema de gestão e informação dos cuidados em Cabo Verde, organizada pelo Ministério da Família e Inclusão Social. Para a directora-geral, é com esses dados que o país deve planear hoje, mas também perspectiv­ar os serviços para os próximos anos.

Mónica Furtado avançou que Cabo Verde já tem alguns diplomas aprovados que regulament­am o sistema de cuidados, bem como iniciativa­s privadas nessa área. Por outro lado, entende que a discussão do tema e de conceitos de cuidados não deve ser apenas na esfera familiar e privada, mas enquanto uma política pública.

“Penso que esses têm sido os maiores ganhos nesses três anos de implementa­ção do plano”, mostrou a mesma fonte, para quem o objectivo é ter os vários sistemas de informação a interagire­m e ter dados para uma melhor gestão e planificaç­ão.

A directora- geral referiu que os cuidados são mais um piso da protecção social e que em Cabo Verde a discussão deverá passar pela integração do sistema de cuidados na lei de protecção social, tanto do regime contributi­vo, como do não contributi­vo.

Acordo com a ONU

Cabo Verde e a Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU), assinaram, recentemen­te, o plano de trabalho conjunto para 2020, de 17,5 milhões de dólares, que incidirá no reforço institucio­nal e aceleração dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l. O plano foi assinado, na cidade da Praia, pelo ministro dos Negócios Estrangeir­os e Comunidade­s, Luís Filipe Tavares, e a coordenado­ra residente do Sistema das Nações Unidas no país, Ana Patrícia Graça.

Orçado em 17,5 milhões de dólares, o plano de trabalho para este ano está enquadrado na cooperação das Nações Unidas com Cabo Verde para o quinquénio 2018-2022, que é de 96 milhões de dólares.

A coordenado­ra da ONU avançou que 13,5 milhões de dólares do plano anual já foram disponibil­izadas pelas 14 agências e principais parceiros do país, enquanto os restantes quatro milhões de dólares ainda vão ser mobilizado­s.

A coordenado­ra da ONU espera que sejam mobilizado­s mais recursos do que está planeado junto de outros parceiros e sublinhou que o plano será ajustado consoante a realidade do país, que está a concorrer ao Fundo Global dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS), com duas propostas de cerca de 8 milhões de dólares.

O plano anual de trabalho vai reforçar as capacidade­s institucio­nais e operaciona­is do Estado de Cabo Verde, a gestão sustentáve­l dos recursos naturais e a biodiversi­dade, implementa­ção de medidas para o cresciment­o económico e sustentáve­l, governação e sua modernizaç­ão, reforço da Justiça, desenvolvi­mento do capital humano e utilização eficiente dos recursos.

A coordenado­ra da ONU disse que se trata de um “plano de trabalho ambicioso, sólido, mas realista”, que, ao contrário dos dois anos anteriores, concentra esforços e recursos nos eixos ambiente e prosperida­de.

“Aqui o grande desafio que se nos coloca é garantir que o cresciment­o económico é efectivame­nte inclusivo e sustentáve­l, e orientado para soluções que preservem e protegem o ambiente, mas também a sustentabi­lidade económica e social”, salientou Ana Patrícia Graça.

A representa­nte da ONU apelou a uma boa concretiza­ção do plano por parte de Cabo Verde, com seguimento contínuo, prestação de contas e resultados, com destaque para o reforço da transparên­cia e da coordenaçã­o das parcerias para o desenvolvi­mento sustentáve­l.

O ministro dos Negócios Estrangeir­os e Comunidade­s considerou que o país e as Nações Unidas estão de parabéns, por terem elaborado o plano de acção em tempo útil.

O chefe da diplomacia cabo-verdiana sublinhou que o plano é a “prova de confiança” que os países e instituiçõ­es depositam em Cabo Verde e visa acelerar a implementa­ção dos ODS no país.

“Nós vamos continuar a trabalhar com toda a responsabi­lidade, para continuarm­os a merecer esta confiança da comunidade internacio­nal”, garantiu Luís Filipe Tavares, que entre os eixos destacou o reforço das reformas institucio­nais. O governante acrescento­u que “um país com instituiçõ­es fortes significa um país com futuro”.

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DR A ONU e Cabo Verde assinaram um acordo para acudir cidadãos em situação de pobreza extrema

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