UE apela Turquia e Rússia à contenção em Idlib
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, insistiu, ontem, que não recuará em Idlib e reiterou o ultimato às forças de Bashar para se retirarem de algumas posições
Os chefes da diplomacia de 14 países da União Europeia, nomeadamente, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Lituânia, Países Baixos, Polónia, Portugal e Suécia, apelaram, ontem, à contenção da Rússia e da Turquia, na província síria de Idlib, palco de uma catástrofe humanitária, num artigo publicado, ontem num jornal francês.
Os 14 diplomatas da UE , entre os quais o português Augusto Santos Silva, o francês Jean-Yves Le Drian e o alemão HeikoMaas,tambémalertaram, que a luta contra o "terrorismo" invocada por Moscovo, que apoia o Presidente sírio, Bashar al-Assad na província, não pode justificar “as violações em massa do direito internacional humanitário”.
“Apelamos à Rússia para continuar as negociações com a Turquia, para se alcançar uma diminuição da violência em Idlib e contribuir para uma solução política”, referem os signatários do artigo divulgado no diário “Le Monde”.
Além de uma grave crise humanitária, o avanço das forças sírias em Idlib, apoiadas pela Rússia, provocou uma crise com a Turquia, que apoia alguns rebeldes, e atritos entre Ancara e Moscovo.
Os dois países acordaram, em 2018, em Sochi (Rússia), um cessar-fogo e a instalação de postos de observação turcos na região de Idlib, mas o acordo deixou de ser respeitado e as duas partes rejeitam responsabilidade pelo fim.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, insistiu, ontem, que o seu país não recuará em Idlib e reiterou o ultimato às forças de Bashar para se retirarem de algumas posições até ao fim deste mês.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, rejeitou, na terça-feira, os apelos a um cessar-fogo na região, considerando que seria uma “capitulação face aos terroristas”. O Presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram a organização de uma cimeira sobre a Síria com Erdogan e o Presidente russo, Vladimir Putin.
“Não daremos nem um passo atrás, afastaremos o regime (sírio) para lá das fronteiras que estabelecemos", declarou Erdogan, discursando perante os deputados do seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), em Ancara. Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia, conduz, desde Abril e intensificou em Dezembro uma ofensiva em Idlib, último grande bastião dos rebeldes.