Retomado julgamento do casal Fillon
A Justiça francesa retomou, ontem, em Paris, o julgamento do ex-Primeiro-Ministro da França, François Fillon e a mulher, Penelope Fillon, por alegadas contratações fictícias, depois de ter sido suspenso na segunda-feira.
Fillon, que chegou a ser candidato presidencial em 2017, foi alvo de acusações de que tinha pagado à mulher e a dois dos três filhos mais de um milhão de euros, durante vários anos, por cargos como assistentes de deputados, que não deveriam sequer ser remunerados.
Nobancodosréusestátambém Marc Joulaud, deputado que substituiu Fillon no Parlamento quando este se tornou ministro dos Assuntos Sociais de Jacques Chirac, e que contratouPenélopeFillon, emMaio de2002.AJustiçafrancesaaceitou o pedido da defesa, de adiar paraontemoprocessoemsolidariedade com a actual greve dos advogados pelo projecto de reforma das pensões. O casal FilloneMarcJoulaudarriscamseapenasdedezanosdeprisão e pesadas multas.
A audiência começou com o exame de questões levantadas pela defesa, relativas a prazos de prescrição e à qualificação do delito de desvio de fundos públicos. A acusação considera que as suspeitas de empregos fictícios são infracções "ocultas" e que os crimes são conhecidos apenas desde a divulgação, na imprensa, em 25 de Janeiro de 2017, de modo que, não seriam prescritos.
O advogado de Penelope Fillon, Pierre Cornut, considera que os factos são prescritos, insistindo que os processos relativos ao emprego da sua cliente estendem-se entre 1998, e ao ano de 2013.