Estados Unidos prometem uma cooperação duradoura

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Morgan Ortagus, defendeu, ontem, que a cooperação com Angola vai perdurar e destacou a visita, há 10 dias, a Luanda, do Secretário de Estado Mike Pompeo.

“Era muito importante ir. Houve corrupção endémica em Angola durante muito tempo, por isso quisemos ir e mostrar apoio às iniciativas que o Presidente da República tem vindo a levar a cabo para acabar com a corrupção e tornar o ambiente de negócios em Angola mais favorável às empresas norte-americanas”, destacou.

Morgan Ortagus falou à Lusa a partir de Washington, uma semana depois do secretário de Estado norte-americano ter visitado Angola. Reafirmou que a inclusão de Angola no seu roteiro africano serviu para apoiar o Presidente João Lourenço no combate à corrupção, mostrando que o diálogo entrou numa nova fase.

Questionada sobre se os Estados Unidos pretendem conquistar terreno à China em Angola, actualmente o principal parceiro comercial do país, salientou que a relação com Angola “não depende do que a China faz ou deixa de fazer”.

“Dissemos a mesma coisa em Angola que dizemos noutros sítios: respeitamos a soberania do país, respeitamos a capacidade de os Governos tomarem as próprias decisões e pedimos apenas que as pessoas pensem de forma realista sobre o que o Partido Comunista da China põe em cima da mesa, quando propõe os negócios”, respondeu.

Morgan Ortagus defendeu, por outro lado, que os EUA oferecem “parcerias de primeira qualidade”, realçando a transparência e o estado de direito: “as pessoas sabem exactamente com o que estão a lidar quando se trata dos Estados Unidos, os nossos negócios são conduzidos sob regras éticas e o Presidente dos Estados Unidos protege as pessoas. Não temos o mesmo tipo de protecção quando lidamos com o Partido Comunista Chinês e foi esse facto que quisemos apontar”.

Sobre a relação dos EUA com Angola, afirmou que entrou “numa fase em que o diálogo se tornou muito mais produtivo, mais relacionado com os direitos humanos, acabar com a corrupção e tornar o ambiente mais convidativo”, uma relação “duradoura” quer a China “esteja ou não esteja”.

Morgan Ortagus destacou que Angola “está a trabalhar na direcção certa”, embora o governo precise de continuar a trabalhar nas reformas. “Quando vemos um Governo que luta pela democracia, luta para acabar com a corrupção e ser responsável perante o seu povo, é com esse tipo de Governos que queremos trabalhar”, continuou a porta-voz, referindo que Pompeo quis, também, encorajar o investimento do sector privado americano e encontrou receptividade.

“Temos uma cooperação robusta no que diz respeito à energia, mas acreditamos que podemos encontrar muitas outras maneiras de trabalhar juntos”, sublinhou Morgan Ortagus .