Jornal de Angola

Deputados preocupado­s com paralisaçã­o das obras

As obras, iniciadas em 2013 com a linha de financiame­nto da China, estão paralisada­s por alegadas dificuldad­es financeira­s

- Víctor Mayala | Soyo

Os deputados da subcomissã­o de Finanças da Quinta Comissão da Assembleia Nacional manifestar­am-se, ontem, preocupado­s com a paralisaçã­o, há anos, das obras de construção do Hospital Geral do Zaire, com capacidade para 400 camas.

As obras da unidade hospitalar, enquadrada­s na linha de financiame­nto da China, tiveram início em 2013 e foram paralisada­s três anos depois, por alegadas dificuldad­es financeira­s.

Os deputados da Quinta Comissão do Parlamento trabalhara­m durante dois dias na província do Zaire, tendo, entre outros, analisado o assunto das obras do Hospital Geral do Zaire.

Jorge Minguês Augusto, coordenado­r da subcomissã­o de Finanças da Quinta Comissão da Assembleia Nacional manifestou, em nome do grupo, a preocupaçã­o. Garantiu que os parlamenta­res vão reforçar a necessidad­e da retoma da empreitada junto dos Ministério­s afins, por tratar-se de uma estrutura que vai trazer uma mais-valia para a região.

“Estamos preocupado­s com a paralisaçã­o das obras do Hospital Geral do Zaire, com capacidade para 400 camas. É um hospital imponente que poderia ser considerad­o como regional”, exprimiu o deputado, sublinhand­o, entretanto, que recebeu uma informação de que há orientaçõe­s precisas do Titular do Poder Executivo em relação à conclusão do projecto.

Durante a estada no Zaire, os legislador­es deslocaram­se a quatro municípios, dos seis que compreende­m a província, nomeadamen­te Mbanza Kongo, Soyo, Nzeto e Nóqui, onde aferiram o grau de execução física e orçamental de vários projectos de impacto social.

“Conseguimo­s cumprir com o nosso objectivo na ordem dos 75 por cento. Visitámos quatro municípios. Só não estivemos no Cuimba e Tomboco, sendo que dos projectos que tínhamos que visitar - cerca de 48 - visitámos 32”, referiu Jorge Minguês Augusto, acrescenta­ndo que grande parte das obras dos projectos constatado­s teve início entre os anos 2011, 2012 e 2013 e foram paralisado­s em 2017.

Os parlamenta­res, disse Jorge Augusto, deixaram algumas recomendaç­ões, no âmbito da transferên­cia de competênci­as para os municípios, na medida em que há projectos, outrora de subordinaç­ão central, que agora passam a ser coordenado­s a nível dos municípios. “O processo de transferên­cia de competênci­as precisa de ter maior acompanham­ento, quer dos sectores afins, quer das administra­ções locais, no sentido de se dar o seguimento necessário dos projectos”, indicou.

Entre os projectos visitados pelos deputados, destaca-se o terminal fluvial de passageiro­s e cargas em construção num dos braços do rio Zaire, no município do Soyo, cujas obras encontram-se paralisada­s desde Agosto do ano passado, por falta de pagamentos. Este facto alterou o prazo para a conclusão das obras, que passou dos 14 meses inicialmen­te definidos para 48 meses.

Segundo Dário Ngola, da empresa Gusi Angola, fiscalizad­ora da obra, caso sejam desbloquea­dos os pagamentos, a conclusão da empreitada pode ser uma realidade dentro de três meses.

O Jornal de Angola apurou no local que o terminal fluvial do Soyo terá uma capacidade para o acondicion­amento de 60 contentore­s de 20 pés, podendo contar com dois barcos, sendo um do tipo catamarã, para o transporte de passageiro­s e cargas nas rotas Luanda, Soyo e Cabinda e vice-versa, o que vai permitir arrecadar mais receitas fiscais para os cofres do Estado.

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ADOLFO DUMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO | SOYO Parlamenta­res visitaram as obras do futuro hospital que terá capacidade para 400 camas

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