Jornal de Angola

Bulgária reforça segurança na fronteira com Turquia

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A Bulgária reforçou ontem o patrulhame­nto nas fronteiras terrestre e marítima com a Turquia, com Sófia a mencionar um “perigo real” de uma nova pressão migratória, após Ancara ter afirmado que vai deixar de impedir que refugiados cheguem à Europa. Em declaraçõe­s à imprensa, o Primeiro -Ministro búlgaro, Boïko Borissov, expressous­e particular­mente preocupado “pela retirada da guarda fronteiriç­a turca”, indicando estar a aguardar uma conversa telefónica com o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

“Com aquilo que está a acontecer, o perigo é real neste momento: as pessoas estão a fugir de mísseis”, afirmou o Chefe do Executivo búlgaro, precisando que as unidades de patrulhame­nto fronteiriç­o, compostas por elementos da Polícia militariza­da búlgara, foram reforçadas “no início da manhã”.

A Turquia acolhe actualment­e no seu território cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios, pessoas que fugiram de uma guerra que dura há quase uma década e teme uma nova vaga perante os recentes desenvolvi­mentos no conflito sírio, em especial na região Noroeste.

Um alto responsáve­l turco, citado ontem pelas agências internacio­nais, assegurou que a Turquia deixará de impedir os migrantes que tentam alcançar a Europa através das fronteiras do país, após a morte de pelo menos 33 militares turcos na região de Idlib (Noroeste da Síria), em ataques aéreos atribuídos por Ancara ao regime sírio, militarmen­te apoiado pela Rússia.

A Bulgária partilha uma fronteira terrestre, com controlos fronteiriç­os, com a Turquia ao longo de uma linha de 259 quilómetro­s.

A Bulgária é membro da União Europeia, mas não integra o espaço Schengen (espaço europeu de livre circulação).

No seguimento das declaraçõe­s turcas, também a Grécia, país que tem enfrentado grandes fluxos migratório­s, tomou medidas e anunciou, ontem de manhã, um reforço do patrulhame­nto das zonas fronteiriç­as, em terra e no mar.

Poucas horas depois deste anúncio, as agências internacio­nais avançaram que a Grécia tinha fechado o posto fronteiriç­o de Kastanies, no Norte do país, de forma a impedir a circulação de pessoas e de automóveis de e para a Turquia.

O posto fronteiriç­o foi encerrado depois de vários grupos de migrantes sírios, concentrad­os no lado turco, terem feito pelo menos duas tentativas para atravessar a fronteira e forçar a entrada na Grécia.

Kastanies, perto da cidade turca de Edirne, é um dos poucos postos terrestres fronteiriç­os entre a Turquia e a Grécia.

É uma zona muito utilizada por migrantes que querem tentar entrar na Grécia, uma vez que fica localizada junto a uma fronteira natural formada pelo rio Evros.

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