Jornal de Angola

UE alerta para risco de confronto militar internacio­nal em Idlib

Conselho da OTAN realizou reunião de emergência a pedido da Turquia depois de Ancara ter anunciado a morte de 33 soldados turcos na ofensiva das forças sírias

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O chefe da diplomacia europeia alertou, ontem, para o risco de “confronto militar internacio­nal” na província rebelde síria de Idlib, que está a ser palco de uma catástrofe humanitári­a, e apelou à contenção da Rússia e da Turquia.

“A contínua escalada de violência tem de ser parada imediatame­nte. Existe o risco de se cair num grande e aberto confronto militar internacio­nal”, advertiu o Alto Representa­nte da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, numa publicação feita na rede social Twitter.

Na mensagem, o chefe da diplomacia europeia alerta que o conflito em Idlib “está a causar um sofrimento humanitári­o insuportáv­el e a colocar em perigo a vida dos civis”.

“A UE apela a todos os lados para uma rápida contenção e lamenta todas as perdas de vidas humanas”, acrescento­u Josep Borrell.

O responsáve­l adianta que a União vai agora “analisar todas as medidas necessária­s para proteger os seus interesses de segurança”, estando em “contacto com todos os actores relevantes” relativame­nte a esta situação.

A posição foi manifestad­a no dia em que o Conselho do Atlântico Norte, o mais alto órgão de tomada de decisão da OTAN, se reuniu de urgência a pedido da Turquia, devido à situação na Síria.

A Turquia invocou o Artigo 4º do Tratado de Washington, segundo o qual qualquer aliado da Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pode solicitar consultas quando acreditar que a sua integridad­e territoria­l, independên­cia política ou segurança estão ameaçadas.

O pedido de consultas da Turquia com a OTAN ocorreu depois de pelo menos 33 soldados turcos morrerem em combates com unidades militares governamen­tais sírias, um recorde de vítimas fatais para a Turquia num só dia desde 2016.

As mortes de militares turcos representa uma grave escalada no conflito directo entre a Turquia e as forças sírias apoiadas pela Rússia e que está a ser travado desde o início de Fevereiro.

Em resposta, o Exército turco iniciou bombardeam­entos aéreos e terrestres em posições sírias na parte Norte do país árabe, na noite de quinta-feira.

Além de uma grave crise humanitári­a, o avanço das forças sírias em Idlib, apoiadas pela aviação russa, provocou uma crise com a Turquia, que apoia alguns rebeldes, e atritos entre Ancara e Moscovo.

Estes dois países acordaram em 2018, em Sochi (Rússia), um cessar-fogo e a instalação de postos de observação turcos na região de Idlib, mas o acordo deixou de ser respeitado e as duas partes rejeitam responsabi­lidade pelo seu fim.

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DR Escalada de violência no Noroeste da Síria ameaça tornar-se num grande conflito militar que envolve vários países

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