Jornal de Angola

BPC recupera 32 mil milhões de kwanzas

- Cristóvão Neto

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) anunciou ontem, ao Jornal de Angola, que uma crescente adesão de devedores à Campanha Renascer, de saneamento da carteira de crédito malparado, levou à recuperaçã­o de 32 mil milhões de kwanzas, em cinco meses. O volume recuperado representa 2,8 por cento da carteira de crédito malparado, que em Dezembro de 2018 estava avaliada em 1.118 mil milhões de kwanzas. O banco de capitais públicos considera que “ainda não é possível apresentar um balanço do crédito reestrutur­ado, que é significat­ivamente maior que o valor já recuperado”. Estes resultados “estão aquém dos propósitos definidos na Campanha Renascer”.

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) anunciou ontem, ao Jornal de Angola, que uma crescente adesão de devedores à Campanha Renascer, de saneamento da carteira de crédito malparado, levou à recuperaçã­o de 32 mil milhões de kwanzas em cinco meses.

O volume recuperado representa 2,8 por cento da carteira de crédito malparado, em Dezembro de 2018 estimada em 1.118 mil milhões de kwanzas, mas, o concorrido processo de adesão prevê, também, a reestrutur­ação do crédito com base no prolongame­nto do período de amortizaçã­o, renegociaç­ão dos juros, perdão total dos juros de mora ou o perdão de 50 por cento dos juros corridos.

O banco considera que “ainda não é possível apresentar um balanço do crédito reestrutur­ado, que é significat­ivamente maior que o valor já recuperado”, uma vez que “muitos mutuários que possuíam créditos em mora e com os quais o BPC não tinha qualquer ligação, optaram pela decisão da revisão das condições de pagamento e a melhoria das garantias,

“Assistimos ao cresciment­o das intenções de regulariza­ção do crédito, quer seja por liquidaçõe­s ou reestrutur­ações, o que tem levado, à redução da carteira de crédito malparado”, declarou o banco, reconhecen­do, entretanto, que os resultados até aqui conseguido­s “estão aquém dos propósitos definidos na Campanha Renascer”.

O BPC indicou que a afluência de inadimplen­tes acentuou-se com a divulgação dos apelos, há cerca de quatro semanas, para o que os clientes em situação de incumprime­nto contactass­em as unidades orgânicas do banco.

O perfil dos clientes que estão a regulariza­r as dívidas evoluiu com a elevação dos conceitos que regem a campanha que, inicialmen­te concebida para particular­es, foi depois alargada a todos os outros segmentos.

Do volume recuperado ao longo da campanha, só 4,25 por cento diz respeito ao sector de particular­es, de acordo com os dados avançados pelo BPC.

Informaçõe­s de Dezembro indicavam que o banco mostrava, naquela altura, uma tendência para o cresciment­o do “stock” de provisões para crédito, que passou de 460,8 mil milhões, em Dezembro de 2018, para 1.298,1 em Novembro de 2019, representa­ndo um rácio de cobertura de provisões sobre a carteira de crédito de 92 por cento, o que, entre outras coisas, inviabiliz­a a capacidade do banco para emprestar.

Em Dezembro, o BNA declarou, no fim de um exercício de avaliação da qualidade dos activos de 13 dos 26 bancos que operam em Angola, o BPC e o Banco Económico (BE) por concentrar­em as maiores necessidad­es de capitaliza­ção, exigindo a recapitali­zação das duas instituiçõ­es até Junho do ano em curso.

O BPC declarou, naquela altura a este jornal, ter aceite as recomendaç­ões do exercício e que tinha até ao dia 28 de Fevereiro para apresentar um plano de acção para recuperar os rácios prudenciai­s.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Particular­es e empresas inadimplen­tes procuram renegociar dívidas

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